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Interior

Adolescentes matam idosos para roubar 20 reais

Inicialmente, Antônio Evaristo de Macedo, o "Martelo", foi preso, mas investigação levou a menores de idade

Dayene Paz e Sidney Assis, de Coxim | 08/08/2022 08:08
Barra de ferro, pedaços de pau e roupa que menor usava. (Foto: Sidney Assis, de Coxim)
Barra de ferro, pedaços de pau e roupa que menor usava. (Foto: Sidney Assis, de Coxim)

Uma reviravolta no caso dos assassinatos dos idosos Celeste Vedoja, de 75 anos, e Ávio Rodrigues Máximo, de 83, em Coxim, a 253 km de Campo Grande, encontrados na manhã de sábado (6). Inicialmente, Antônio Evaristo de Macedo, de 58 anos, conhecido como "Martelo", foi preso como principal suspeito, inclusive, uma pegada dele foi encontrada na cena do crime, contudo investigação levou para a cadeia dois adolescentes, de 15 e 16 anos, e procura um terceiro menor envolvido.

Com extensa ficha criminal, Antônio estava abrigado na casa dos idosos após deixar a cadeia no dia 26 de julho. Sem ter onde ficar, pediu para dormir no quarto dos fundos, o que foi permitido por Ávio. Quando os corpos foram encontrados no sábado, a perícia também encontrou uma pegada do chinelo que "Martelo" usava, o apontando como principal suspeito. Além disso, Antônio teria discutido com Ávio no dia do crime e naquela semana, chegou a tirar xerox dos documentos das vítimas.

Diante das evidências, Martelo foi preso em flagrante, mas negava o crime. A Polícia Civil e Ministério Público, inclusive, pediram a prisão preventiva dele. No entanto, o caso deu uma reviravolta neste domingo (7), depois que a equipe da Força Tática da Polícia Militar de Coxim recebeu um áudio, no qual um adolescente de 16 anos se "gabava" de ter matado o casal.

Foram feitas diligências e na tarde de ontem, a Força Tática chegou até o rapaz de 16 anos, no Jardim das Estrelas. O outro envolvido, adolescente de 15 anos, morava a três quadras da casa de Celeste e Ávio. Ele foi localizado na área rural.

Adolescentes envolvidos no duplo homicídio. (Foto: Sidney Assis, de Coxim)
Adolescentes envolvidos no duplo homicídio. (Foto: Sidney Assis, de Coxim)

Confessam - Os dois adolescentes contaram que receberam informações de outro rapaz, também menor de idade, que trabalhou por um período com Celeste. A idosa revendia produtos de beleza para tirar um dinheiro extra. O "informante" também teria dito que Ávio recebia todo mês R$ 4 mil.

No dia do crime, os dois ingeriram bebidas alcoólicas e usaram drogas. Por volta das 2 horas, resolveram ir até a residência do casal de idosos atrás de dinheiro. Ávio estava dormindo, sentado em uma cadeira no quintal, quando os menores chegaram o golpeando com pauladas e uma barra de ferro.

Celeste estava no quarto e acordou assustada. Os adolescentes arrombaram a porta e também a mataram. Em seguida, reviraram a casa atrás de dinheiro, mas só acharam R$ 20 e alguns produtos que Celeste revendia. Foi o que levaram. Eles seguiram para uma conveniência, onde tomaram os R$ 20 de cerveja e voltaram para casa.

O menor chegou na residência e contou para a mãe o que tinha ocorrido. A mãe, por sua vez, queimou as roupas dele, sujas de sangue. Na casa do menor de 16 foram apreendidos perfumes, sabonetes, cremes da vítima e a roupa usada no crime. Além disso, a Força Tática também apreendeu dois celulares, os pedaços de pau e a barra de ferro.

Martelo - Além da pegada encontrada na casa, outro fato que chamou a atenção das autoridades e que levaram à prisão de Martelo, é que na hora que foi localizado, logo que viu os policiais civis, começou a gritar que "não tinha nada a ver com o que aconteceu com Celeste e Ávio". "Chama a atenção o fato de ninguém ter informado o motivo da abordagem, porém antes de qualquer indagação, ele tentou se justificar dizendo que não tinha qualquer relação com o crime", informou a Polícia Civil.

A suspeita sobre a pegada é de que ele tenha passado na casa dos idosos após o crime e vendo a cena, deixou o local sem acionar as autoridades. A polícia agora procura o terceiro adolescente, que teria fornecido as informações do casal para os criminosos. O caso continua sob investigação.

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