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Interior

Casal que degolou picolezeiro é condenado a 44 anos de prisão

Crime, ocorrido em março de 2024, chocou a comunidade pela violência e pelos requintes de crueldade

Por Dayene Paz | 27/11/2025 09:17
Casal que degolou picolezeiro é condenado a 44 anos de prisão
Corpo encontrado em estrada vicinal em Mundo Novo. (Foto: MS em Foco)

O Tribunal do Júri de Mundo Novo condenou, nesta quarta-feira (26), o casal acusado de matar de forma brutal o picolezeiro Leandro Luciano Antunes de Lima, o “Milão”, figura muito popular na cidade. O crime, ocorrido em março de 2024, chocou a comunidade pela violência e pelos requintes de crueldade. Somadas, as penas aplicadas aos réus chegam a 44 anos e 7 meses de prisão.

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O Tribunal do Júri de Mundo Novo condenou um casal a 44 anos e 7 meses de prisão pelo brutal assassinato do picolezeiro Leandro Luciano Antunes de Lima, conhecido como "Milão". O crime, ocorrido em março de 2024, chocou a comunidade devido à violência e crueldade, com os réus recebendo penas de 26 anos e 18 anos, respectivamente.Durante o julgamento, a investigação da Polícia Civil foi detalhada, incluindo depoimentos e provas que levaram à prisão do casal poucas horas após o crime. Milão, popular na cidade, foi torturado e morto em uma estrada vicinal, supostamente como vingança por um abuso sexual ocorrido anos antes. A comoção no tribunal refletiu o impacto da tragédia na comunidade.

Daiane Augusto de Oliveira Spanserski recebeu pena de 26 anos e 7 meses de reclusão, enquanto José Carlos Liandro foi condenado a 18 anos. Ambos responderam por homicídio duplamente qualificado - por meio cruel e mediante dissimulação - além do crime de tortura.

O julgamento, conduzido pelo promotor de Justiça Paulo da Graça Riquelme de Macedo Júnior e presidido pela juíza Mayara Luiza Shaefer Lermen, lotou o plenário do Tribunal do Júri. A comoção refletia o vínculo da vítima com a comunidade: Milão era conhecido por vender picolés pela cidade, além de participar de programas de rádio e TV locais.

Investigação - Durante o júri, o destaque foi o detalhamento da investigação conduzida pela Polícia Civil de Mundo Novo. O delegado Alex Junior da Silva, responsável pelo caso, prestou depoimento por cerca de uma hora e vinte minutos, explicando passo a passo como o crime foi esclarecido. Ele apresentou análises de câmeras de segurança, perícias técnicas, depoimentos e provas materiais que levaram ao indiciamento dos réus.

O investigador Fernando Maikon Soares também foi ouvido e confirmou as diligências feitas pela equipe policial. Segundo a investigação, o casal foi preso menos de seis horas após o crime, graças ao cruzamento rápido de imagens, testemunhas e buscas nas margens do Rio Paraná, na região conhecida como Prainha do Cascalho.

O plenário assistiu às imagens gravadas pelos próprios autores no momento da execução. O conteúdo chocou o público e reforçou as qualificadoras apresentadas pelo Ministério Público. As cenas mostraram a vítima sendo torturada e obrigada a confessar um suposto abuso sexual ocorrido quando ambos eram adolescentes.

Crime - Na madrugada de 17 de março de 2024, o casal ofereceu carona a Milão no centro da cidade. Ele aparentava estar sob efeito de álcool, mas testemunhas relataram que ele não costumava beber. Minutos depois, foi levado até uma estrada vicinal próxima à fronteira com o Paraguai.

No local, foi espancado com socos e chutes, torturado e atingido por cerca de 14 golpes de faca, principalmente no tórax e no pescoço, provocando esgorjamento. A bermuda da vítima estava coberta de terra quando seu corpo foi encontrado, levantando dúvidas iniciais sobre o local exato da morte.

O casal confessou o crime ao ser localizado pela polícia e justificou a execução como vingança por um suposto abuso antigo envolvendo um familiar da autora.

Milão tinha 27 anos e era uma figura querida no Bairro Vida Nova. Moradores estranharam sua morte violenta, já que ele não tinha histórico de confusões. O delegado Alex Júnior reforçou sua popularidade: “Colecionava diversos vídeos na internet e participava frequentemente de programas de rádio e TV locais”, afirmou à época do crime.

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