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Interior

Com ameaça de greve, representantes de professores são recebidos na Câmara

Helio de Freitas, de Dourados | 16/10/2014 13:57
Dirigentes do Simted reunidos com vereadores, nesta quinta-feira em Dourados (Foto: Eliel Oliveira)
Dirigentes do Simted reunidos com vereadores, nesta quinta-feira em Dourados (Foto: Eliel Oliveira)

Ameaçando retomar a greve de 12 dias, suspensa no início de agosto, dirigentes do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação) se reuniram nesta quinta-feira com vereadores de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande. Estavam presentes na reunião com os sindicalistas o presidente do Legislativo Idenor Machado (DEM) e os vereadores Raphael Mattos (PTB), Virgínia Magrini (PP), Pastor Sérgio Barbosa (PSB), Maurício Lemes Soares (PSB), Cido Medeiros (DEM), Alan Guedes (DEM) e Pedro Pepa (DEM).

O presidente do Simted, João Wanderley Azevedo, afirmou aos vereadores que o acordo firmado em agosto entre a prefeitura e o sindicato, com intermediação da Câmara, não foi cumprido. Segundo ele, a pauta “virou pesadelo”, pois a proposta do município não avança na questão do piso nacional (R$ 1.697,00) para 20 horas semanais de trabalho e na inclusão dos servidores administrativos no PCCR (Plano de Cargos, Carreira e Remuneração) da educação.

A atual vice-presidente e candidata à presidência do sindicato, Gleice Jane Barbosa, disse aos vereadores que sem perspectiva de avanço nas negociações o único caminho será uma nova paralisação. “Daí o motivo de pedirmos, mais uma vez, que os vereadores nos ajudem”, afirmou.

Gleice informou ao Campo Grande News que em relação ao piso nacional para 20 horas, a proposta é que a prefeitura encaminhe um projeto para a Câmara de Vereadores criando uma lei para atender a reivindicação de forma escalonada, até chegar ao valor total nos próximos cinco anos. “Não queremos o piso de uma vez só. O que os professores pedem é um compromisso de começar a implantar e fazer isso escalonadamente até chegar ao valor total em 2019”.

Idenor Machado se comprometeu a agendar novo encontro com a participação da secretária municipal de Educação Marinisa Mizogushi e o secretário de Fazenda, Walter Carneiro Junior. “Defendemos o diálogo, sempre. Todos nós, agentes públicos e educadores, temos compromisso com a sociedade e devemos agir sempre com a razão. Penso também que o entendimento é possível e que não será preciso uma nova greve, o que seria prejudicial para todos”, afirmou Idenor, que é professor aposentado e foi secretário de Educação por 12 anos em Dourados.

Ontem, a secretária Marinisa Mizoguchi disse considerar “preocupante” a ameaça de greve no momento em que existem duas eleições em andamento, uma para o governo do Estado e outra para a presidência do Simted. “Nossas negociações com a categoria continuam e nunca acabaram. Uma lei do piso de 20 horas agora, sem recursos garantidos, comprometeria ainda mais as finanças da prefeitura, pois significaria dobrar os salários de todos os professores”, afirmou ela

Conforme a secretária, a folha da educação chega a R$ 11 milhões, enquanto Dourados recebe R$ 7 milhões do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação]. “A prefeitura investe R$ 4 milhões de recursos próprios para pagar a folha todos os meses”.

Ainda segundo ela, a prefeitura não poderia incluir os administrativos no PCCR da educação sem a anuência de todos esses profissionais. “São cerca de mil servidores administrativos. Não podemos tomar uma decisão tão importante levando em consideração apenas a vontade de uma minoria”.

Marinisa afirmou que a proposta é vincular o pagamento do piso para 20 horas aos recursos que a cidade vai receber dos royalties do pré-sal. “Ainda não recebemos nada dos royalties, mas nossa proposta é pagar o piso que os professores querem com esses recursos. Uma lei aprovada no ano passado por iniciativa do prefeito Murilo Zauith garante 100% desses recursos do pré-sal para a educação”.

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