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Interior

Com vereadores réus, comissão processante terá novos integrantes

Helio de Freitas, de Dourados | 03/11/2014 12:16
Antônio Carlos Klein vai se declarar impedido de fazer parte de comissão processante e diz que medida deve ser tomada por outros dois integrantes (Foto: Divulgação)
Antônio Carlos Klein vai se declarar impedido de fazer parte de comissão processante e diz que medida deve ser tomada por outros dois integrantes (Foto: Divulgação)

A comissão processante instalada contra cinco vereadores de Naviraí, a 366 km de Campo Grande, deve ter novos integrantes durante a sessão de hoje à noite, quando será apresentado o parecer recomendando a abertura do processo de cassação dos envolvidos.

O presidente, Antônio Carlos Klein (PDT), informou ao Campo Grande News que ele e outro membro, Márcio Scarlassara (PTdoB), vão renunciar aos cargos na comissão alegando impedimento por serem suplentes de vereadores presos.

O relator da comissão, Vanderlei Chagas (PSD), é outro que deve sair porque está entre os oito legisladores de Naviraí que viraram réus após a denúncia do Ministério Público ser aceita, na sexta-feira, pelo juiz Eduardo Magrinelli Junior.

“Na sessão de hoje vou me declarar impedido, assim como o Márcio Scarlassara, por sermos suplentes e por isso interessados no cargo, e o Vanderlei porque foi denunciado, acho que ele também não pode ficar. O plenário tinha dado a justificativa que deveríamos ficar naquele momento, mas agora restaram cinco vereadores que não foram denunciados e eles têm legitimidade para integrar a comissão”, explicou Klein.

Segundo ele, a substituição dos membros da comissão processante não vai afetar o trabalho já realizado até agora. “Já pegamos a defesa de quatro dos cinco vereadores presos [o presidente afastado Cícero dos Santos, o Cicinho do PT, não apresentou defesa], o parecer será apresentado nesta segunda, ou seja, o trabalho segue normal, apenas haverá substituição dos nomes”.

O Campo Grande News apurou que os novos integrantes da comissão serão José Odair Gallo, José Roberto Alves e Jaime Dutra. Os três também foram denunciados pelo Ministério Público por organização criminosa, mas o juiz Magrinelli Junior entendeu que em relação a eles não há indícios de autoria ou de participação deles no esquema de corrupção.

Em 2009, José Odair Gallo foi preso a Operação Owari, que levou 42 pessoas para a prisão, a maioria de Dourados. Entretanto, acabou se livrando da acusação após o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul extinguir o processo por considerar ilegais as escutas feitas pela Polícia Federal.

Réus – Na sexta-feira, o juiz Eduardo Magrinelli Junior acatou a denúncia do Ministério Público contra os cinco vereadores de Naviraí, presos desde o dia 8 deste mês durante a Operação Atenas, da Polícia Federal. O magistrado também aceitou a denúncia contra outras oito pessoas, sendo três delas vereadores que não foram presos, mas acabaram denunciados pelo MP.

Em relação a outros cinco legisladores do município, também denunciados pelo MP, Magrinelli Junior indeferiu a denúncia por entender que não existem indícios suficientes da participação deles no crime de organização criminosa.

O juiz acatou a denúncia contra o presidente da Câmara Cícero dos Santos, o Cicinho do PT; os vereadores Marcus Douglas Miranda, Carlos Alberto Sanches, Solange Gomes e Adriano José Silvério; os ex-assessores da Câmara Wagner Nascimento Máximo Antônio, Rogério dos Santos Silva, o “Rogério Dill”, e Thiago Caliza da Rocha; Carlos Brito de Oliveira, que prestava serviço de sonorização e gravação de vídeo para a Câmara e a empresária Mainara Gessika Malinski, mulher de Cícero dos Santos. Todas essas dez pessoas estão presas.

Magrinelli Junior também acolheu a denúncia contra os vereadores Elias Alves (Pros), o “Elias Construtor”, Gean Carlos Volpato (PMDB) e Vanderlei Chagas (PSD) e indeferiu o pedido em relação aos vereadores Moacir Aparecido de Andrade (atual presidente), Jaime Dutra, José Roberto Alves, José Odair Gallo e Mário Gomes, todos citados nas conversas gravadas pela Polícia Federal.

As dez pessoas que estão presas, mais três vereadores que permanecem em liberdade e exercendo o mandato na Câmara passam a ser considerados réus na ação penal.

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