Criança torturada ainda não teve destino definido por Conselho Tutelar

Ainda internada, criança de três anos que foi torturada pela mãe em suposto ritual de cura não teve o destino definido pelo Conselho Tutelar de Aquidauana, a 135 quilômetros de Campo Grande. Com a mãe presa, o órgão estuda quem será o novo responsável após alta de hospital.

Sendo acompanhada por médicos desde quarta-feira (6), quando foi levada pela mãe até unidade de saúde, a criança continua internada. De acordo com equipe do Hospital Funrural, na manhã de ontem (7) ela passou por procedimento de limpeza e retirada de materiais nas lesões e está. Até o momento não há previsão de alta, mesmo estando na ala verde.

Conforme explicado pela delegada responsável pelo caso, Karen Viana de Queiroz, a criança precisava de atendimento médico dez dias antes do suposto ritual por não conseguir defecar.

A investigação, realizada pela Dam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Aquidauana,  segue em etapa de depoimento, até o momento a mãe, o padrasto e a avó já foram ouvidos. Já o depoimento da curandeira envolvida na ocorrência foi solicitado, mas ainda não realizado.

Toda a situação foi descoberta na quarta-feira, quando o médico estranhou o quadro da criança e acionou o Conselho Tutelar. A mãe foi encaminhada à delegacia e presa em flagrante por tortura, agravado por ter sido praticada contra criança.

Inicialmente a mãe disse que a criança teria sido abusada sexualmente por seu padrasto. Questionado, o homem negou e relatou o processo do suposto ritual e que as lesões haviam sido causadas pela mãe e avó.

O relato da mãe foi de que durante o processo, a criança foi obrigada a se sentar em um tijolo quente, que causou os ferimentos de queimadura. O ritual teria durado um dia e uma noite.