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Interior

Funcionários de frigorífico de Terenos iniciam greve e param mil abates ao dia

Luciana Brazil | 10/06/2013 10:29

Funcionários do frigorífico Peri Alimentos, em Terenos, a 25 km de Campo Grande, deflagraram greve na manhã desta segunda-feira (10), reivindicando reajuste salarial.

Mais de 70% dos funcionários recebem R$ 690 e a exigência da categoria é que remuneração desses trabalhadores passe a ser o mesmo valor do piso, que é de R$ 850. Para o restante, que já recebe o piso, a reivindicação é de reajuste de 14%. O frigorífico tem cerca de 300 funcionários.

Em março deste ano, quando os funcionários também paralisaram as atividades para pleitear melhores condições de trabalho, a empresa teria prometido a negociação salarial. Porém, desde então, os trabalhadores aguardam uma proposta da empresa.

Com a greve de hoje, mais de mil cabeças de gado, que chegam diariamente à empresa, deixam de serem abatidas. De acordo com o presidente da Federação de Trabalhadores das Indústrias de Alimentação, Vilson de Lemes Gregório, 40 anos, no último movimento grevista, os empregados conseguiram garantir a cesta básica e o café da manhã, além do bebedouro.

“Em março o frigorífico se comprometeu a negociar o salário no decorrer dos meses, mas até hoje não fez nenhuma proposta”, explicou Vilson.

Segundo ele, cerca de 900 animais são abatidos diariamente e o carregamento de bois chega todos os dias à empresa.

Vilson afirmou hoje cedo que o dono do frigorífico teria ameaçado funcionários por causa da greve. “Ele passou filmando todo mundo e não quis falar com ninguém”.

O diretor-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Terenos e funcionário do frigorífico, Osvaldo da Silva Gabriel, 32 anos, lembrou que em janeiro deste ano, com a criação do sindicato, os empregados começaram a reivindicar melhores condições de trabalho.

“Conseguimos a cesta básica, o café da manhã e o bebedouro”, explicou.

A carga horária diária de trabalho varia entre oito e nove horas, segundo Osvaldo e começa às 5 horas da manhã. “Enquanto tiver boi para abater, estamos trabalhando. Mas a carga varia, é de oito a nove horas”. Aos sábados, as atividades iniciam às 3 horas da manhã e vão até as 11 horas. No domingo, apenas os funcionários do embarque trabalham.

O frigorífico, responsável somente pelo abate, destina carne para várias cidades como Campo Grande, Rio de Janeiro e São Paulo.

O frigorífico emprega auxiliares de abate, de miúdos, de embarque, auxiliares de graxaria, além de da função de quem abate o animal e de quem leva o boi para linha de abate.

A reportagem do Campo Grande News tentou contato com o responsável pela empresa, que ficou de retornar a ligação. Até o fechamento da matéria não houve retorno.

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