Indígena morreu após ser baleado por homem da própria comunidade, diz Sejusp
Disparo aconteceu durante a confusão e o autor já está preso
Uma nova nota divulgada pela Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), no começo da tarde desta segunda-feira (17), informou que Vicente Fernandes, 36 anos, foi morto por outro indígena, identificado como Valdecir Alonso Brites. O caso ocorreu na retomada Pyelito Kuê, situada na Fazenda Cachoeira, em Iguatemi, onde vivem mais de 40 Guarani-Kaiowás.
RESUMO
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Durante confronto em área indígena em Iguatemi (MS), Vicente Fernandes, 36 anos, foi morto por Valdecir Alonso Brites, também indígena, durante ataque de pistoleiros à retomada Pyelito Kuê. O funcionário da fazenda Lucas Fernando da Silva, 23 anos, também morreu no incidente. O ataque resultou na queima de 10 dos 12 barracos do acampamento Guarani-Kaiowá. Dois outros indígenas ficaram feridos: um adolescente de 14 anos e Eliéber Riquelme Ramires, que permanece internado em Dourados. A região enfrenta disputa fundiária histórica, e a Funai trabalha na identificação e delimitação dos territórios.
A pasta não detalha a relação entre vítima e autor, mas aponta que o disparo pode ter ocorrido no momento em que o acampamento era atacado por supostos pistoleiros armados. Após a detenção, Valdecir foi encaminhado à Polícia Federal, responsável pela investigação e pelos demais procedimentos do caso.
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Valdecir nasceu no Paraguai, mas é casado com uma indígena que vivia na área e, pela comunhão, passou a ser reconhecido como integrante do mesmo povo.
O funcionário da fazenda também morto no ataque foi identificado como Lucas Fernando da Silva, 23 anos. Ele morreu por ruptura hepática e choque hemorrágico, lesão grave no fígado que costuma ocorrer em situações de trauma, como atropelamento ou queda.
A nota informa ainda que Eliéber Riquelme Ramires sofreu ferimentos e, após atendimento inicial em Iguatemi, foi transferido para Dourados devido à gravidade. Ele permanece internado. Um adolescente indígena de 14 anos, atingido por tiro no braço, chegou a ser atendido no hospital de Iguatemi, mas fugiu da unidade antes da conclusão dos cuidados médicos.
O caso – Os tiros e ataques ao acampamento começaram ainda na madrugada de domingo (16). Dos 12 barracos erguidos, 10 foram incendiados logo após a invasão. Vídeo divulgado por uma entidade mostra uma mulher correndo para se proteger enquanto os disparos ecoam. Em voz trêmula, ela relata que o grupo pede socorro desde as quatro da manhã.
Para o MPI (Ministério dos Povos Indígenas), a ação teria sido conduzida por pistoleiros. O governo federal acionou órgãos de segurança, enviou equipes do DEMED (Departamento de Mediação e Defesa) e afirmou acompanhar o caso de perto.
A região enfrenta uma disputa fundiária antiga. Em junho, a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) atualizou o grupo responsável por estudar a identificação e a delimitação dos territórios Iguatemipeguá II e III, que abrangem quatro municípios do sul do Estado.
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