Justiça condena dupla a 28 anos por matar mulher na frente da filha
Ex-agente penitenciário e amante eram réus pela morte de Joelma Amara de Oliveira, ocorrida em 2011
Tribunal do Júri de Três Lagoas, a 327 quilômetros de Campo Grande, condenou a 28 anos de prisão o ex-agente penitenciário Edgar Lopes Cardoso, de 69 anos, e a então amante Sandra Mara Marques, de 52 anos, pelo assassinato de Joelma Amara de Oliveira, ocorrido em 19 de maio de 2011. Edgar foi condenado a 16 anos em regime fechado pela morte a ex-esposa, enquanto Sandra recebeu 12 anos, ambos por homicídio duplamente qualificado.
O crime aconteceu no bairro Jardim Novo Aeroporto, quando Joelma foi morta a tiros na porta de sua casa, na presença de sua filha de 6 anos. Durante o julgamento, o promotor Luciano Anechini Lara Leite destacou que o relacionamento conturbado entre o casal, com agressões físicas e ameaças de morte, foi o principal motivo do crime. Edgar não aceitava o fim do casamento e, com a ajuda de Sandra, contratou um pistoleiro para matar Joelma.
As investigações revelaram que o número de telefone usado para ameaçar a vítima estava registrado em nome de Joelma, mas foi manipulado por Sandra, que utilizou o chip em seu próprio celular antes de transferi-lo para o aparelho da vítima. O Ministério Público também apresentou como prova o contato telefônico entre Edgar e Sandra, além de bilhetes de ameaças falsificados que sugeriam que Edgar tinha escrito ambos os bilhetes.
Apesar de negarem envolvimento, as defesas de Edgar e Sandra não conseguiram refutar as provas apresentadas. A defesa de Sandra alegou que ela foi acusada injustamente devido ao seu relacionamento com Edgar, enquanto a defesa de Edgar tentou desacreditar o trabalho da Polícia Civil, sugerindo que o verdadeiro mandante do crime seria um dos filhos de Joelma.
No entanto, a dupla pode recorrer da sentença em liberdade, já que ambos responderam ao processo sem prisão preventiva.
O caso - O julgamento estava previsto para acontecer em 2020, mas foi remarcado para o dia 27 de julho de 2022 por conta da pandemia. No entanto, acabou sendo adiado novamente, a pedido dos advogados, e remarcado para hoje.
Conforme a denúncia do MP, Joelma começou a ser ameaçada pelo ex-marido em janeiro de 2011. Por conta disso, a vítima passou a trancar portões e janelas de casa para se proteger, mas no dia do crime recebeu uma ligação no celular e quando saiu para a atender foi surpreendida pelo pistoleiro.
A mulher foi atingida por três disparos. A filha dela, na época com 6 anos, presenciou o crime e, conforme apurado pela polícia, o pistoleiro foi contratado por Edgar. A amante do agente penitenciário, Sandra Mara Marques, também será julgada por envolvimento o crime.
Ainda segundo as investigações, o número de telefone que ligou para a mulher teve o chip cadastrado em nome de Joelma, já que o ex-marido tinha acesso aos dados dele, mas foi habilitado pelo celular de Sandra e depois colocado dentro do celular da vítima.
Consta ainda que a linha telefônica funcionou apenas entre os dias 4 de abril e 19 de maio daquele ano. Também ficou apontado que o mesmo contato ligou minutos antes para o filho da vítima. O rapaz foi atraído para um encontro e a pessoa que marcou não apareceu. Deixando clara a intenção de retirar o jovem da casa para que ele não impedisse o crime. Edgar foi preso um ano depois do crime, em 2012, mas conseguiu liberdade provisória.
Em 2014 estava na Justiça para receber parte dos bens de Joelma, uma casa, um carro batido e pensão por morte. Ele e Sandra foram denunciados por homicídio qualificado, na época, a lei de feminicídio ainda não estava em vigor.
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