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Interior

Lockdown “livra” 10 integrantes do PCC de júri por execução de “Muay Thai”

Thiago Ferreira Barros, 33, era praticante de muay thai e morreu espancado por 7 presos, conforme investigação

Anahi Zurutuza | 02/06/2021 12:46
Penitenciária de Dourados, uma das unidades dominadas pelo PCC em MS (Foto: Eliel Oliveira/Arquivo Campo Grande News)
Penitenciária de Dourados, uma das unidades dominadas pelo PCC em MS (Foto: Eliel Oliveira/Arquivo Campo Grande News)

Por conta do decreto que “fechou tudo” em Dourados, júri de 10 integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) acusados de matar o presidiário Thiago Ferreira Barros, 33, conhecido como “Muay Thai”, ocorrido no dia 19 de janeiro de 2015, foi adiado para daqui mais de dois meses.

Conforme despacho do juiz Eguiliell Ricardo da Silva, da 3ª Vara Criminal, o julgamento marcado para o dia 10 deste mês ficará para 21 de agosto.

Carlos Augusto de Souza Magela, Cristiano de Souza Seixas, Dionísio Aparecido de Oliveira, Ezequiel da Silva Aguirre, Jose Antonio Melo Correa, Marcos Ferreira da Silva, Pedro Marcos Fernandes, Ricardo da Silva de Jesus, Robinson Pereira de Souza e Wander Luis dos Santos Cabral são acusados de matar o preso que exercia liderança contrária aos interesses da facção criminosa no raio 2, onde ficam os presos considerados mais perigosos, da PED (Penitenciária Estadual de Dourados).

Carlos Augusto, José Antônio e Ricardo teriam dado a ordem para “eliminar” o detento e os outros 7 executaram o crime.

“Muay Thai” estava preso em 2008 após uma série de assaltos em Campo Grande e se negava a fazer parte da facção criminosa. De acordo com a acusação, ele liderava um grupo de outros internos, para que fizessem o mesmo.

Cocaína e capoeira – A investigação da Polícia Civil descobriu que os três líderes do PCC deram a ordem para que sete companheiros de cela de Thiago Barros executassem o crime. Como o detento era praticante de muay thai e extremamente habilidoso em defesa pessoal, os assassinos o teriam obrigado a beber água misturada com cocaína, para dopá-lo.

Essa versão foi contada por outros presos, mas os exames do legista apontaram como causa da morte asfixia por mãos humanas, ou seja, ele foi sufocado até a morte. O corpo também tinha sinais de espancamento. Não havia vestígios de droga no corpo, segundo o laudo.

Conforme as testemunhas, também internos da mesma cela onde estava Thiago, o crime ocorreu na hora do banho de sol. Um dos assassinos atraiu o rapaz de volta para a cela. Quando chegou ao local, ele foi cercado “em uma roda de capoeira” e espancado. Os dois presos ouvidos pela polícia relataram que os executores do crime cantavam em voz alta e faziam muito barulho, para que os gritos de Thiago não fossem ouvidos pelos agentes penitenciários.

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