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Interior

“Me chame de homossexual, mas não me acuse desse crime”, diz prefeito

Ramón Velázquez negou envolvimento na execução de desafeto e disse que homem morto ontem não era “santo”

Helio de Freitas, de Dourados | 10/02/2021 12:48
Prefeito de Zanja Pytã Ramón Velázquez durante entrevista coletiva, hoje (Foto: Rádio Império)
Prefeito de Zanja Pytã Ramón Velázquez durante entrevista coletiva, hoje (Foto: Rádio Império)

Manuel Ramón Velázquez Marín, prefeito de Zanja Pytã, cidade paraguaia de 13 mil habitantes localizada na fronteira com Mato Grosso do Sul, negou qualquer ligação com a execução de Anselmo Medina, 44, ocorrida na noite de ontem (9) no povoado separado do distrito de Sanga Puitã (município de Ponta Porã) pela BR-463.

De nacionalidade brasileira, Medina tinha se naturalizado paraguaio. Em sua página no Facebook, ele informava que morava atualmente em Dourados, mas essa informação não foi confirmada. Ele era dono de um clube de festa em Zanja Pytã e promovia competições de esporte amador.

Em setembro do ano passado, Medina tinha feito live no Facebook acusando o prefeito de atacar sua honra em programas de rádio e desafiou o político a divulgar a ficha criminal. O vídeo viralizou na manhã de hoje, obrigando Ramón Velázquez a se manifestar.

Em entrevista coletiva a jornalistas de Pedro Juan Caballero – capital do Departamento de Amambay localizada a 15 km de Zanja Pytã – Ramón Velázquez afirmou preferir que o chamem de homossexual a acusá-lo pelo crime.

O político afirmou que nunca teve inimizade com Anselmo Medina e disse acreditar que o brasileiro naturalizado paraguaio foi usado por seus adversários políticos para atacá-lo.

Ramón Velázquez afirmou que Medina “não era santo”, levantou suspeitas de envolvimento dele com o tráfico de drogas e o acusou de explorar prostituição, vender bebidas alcoólicas e lança-perfume no clube de sua propriedade em Zanja Pytã. Também disse que o homem morto ontem devia grande soma em dinheiro e seria conhecido por tratar mal as pessoas que o cobravam.

O prefeito afirmou que está à disposição das autoridades. “Quem não deve, não teme”, afirmou. “Podem dizer o que quiserem, inclusive que sou homossexual, mas não queiram me envolver num caso tão grave com este de atentar contra a vida de um ser humano”, afirmou Ramón Velázquez.

O prefeito vive cercado de seguranças, segundo ele por já ter sofrido atentado e devido ao assassinato do irmão dele há alguns anos na fronteira. “Se eu andasse sozinho, há muito tempo já teriam me matado”, declarou.

Em julho do ano passado, Ramón Velázquez trocou socos com um morador do distrito durante reunião para ouvir as demandas da comunidade.

Zanja Pytã, assim como toda a linha internacional entre o Paraguai e Mato Grosso do Sul, é marcada pela violência. No dia 4 de dezembro, uma família inteira foi alvo de ataque a tiros de fuzil. O homem de 35 anos e a filha, de 9, morreram no local. A mãe da criança sobreviveu.

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