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Interior

Morador viu barco virar e salvou 4 pessoas ainda em meio a tempestade

Caroline Maldonado e Priscilla Peres, enviada especial a Porto Murtinho | 26/09/2014 09:52
Uma das casas atingidas pelo tornado ficou sem paredes na Ilha Margarida (Foto: Marcelo Calazans)
Uma das casas atingidas pelo tornado ficou sem paredes na Ilha Margarida (Foto: Marcelo Calazans)
Moradores da Colônia Carmelo trabalham para reparar os estragos (Foto: Marcelo Calazans)
Moradores da Colônia Carmelo trabalham para reparar os estragos (Foto: Marcelo Calazans)

Em meio à tempestade e ao desespero, quatro dos ocupantes do barco-hotel paraguaio, que virou na quarta-feira (24), contaram com o socorro ágil de alguém que surgiu minutos após o naufrágio. Era um paraguaio de 48 anos, morador da Colônia Carmelo Peralta, que viu a embarcação passando em frente a sua casa e não pensou duas vezes antes de pegar seu barco e ir ao encontro das vítimas.

Necai Pedro, o piloteiro que mora bem na margem do rio chamou um amigo e resgatou dois turistas paranaenses e dois tripulantes paraguaios, que estavam apoiados em tambores e tábuas. Só depois, ele foi conferir os prejuízos que a vizinhança teve com o tornado. “Na hora não pensei em nada, peguei o barco e fui”, conta ele.

Morador há seis anos na Colônia, Necai é índio Ayoreo. Ele relata como tudo aconteceu, mas prefere não se gabar do ato heroico, por isso não quis ser fotografado durante a entrevista. As buscas das 11 pessoas que ainda estão desaparecidas ocorrem em frente à casa de Necai. Nesta manhã, a procura está sendo feita por seis mergulhadores da Marinha paraguaia. Ansiosos, familiares das vítimas ainda não encontradas ser reúnem no local e preferem não falar muito sobre o assunto.

Na Colônia Carmelo Peralta, sete casas foram parcialmente destruídas, 12 foram destelhadas, três postes e diversas árvores caíram. Dentre os que trabalham nesta manhã para reparar os estragos, está Ovídio Picanelo, 28 anos. A casa dele é de madeira e o telhado de carandá teve que ser refeito. Agora ele está trabalhando no conserto da parte que era de telha de amianto, que foi levada pelo vento. “O susto foi muito grande por causa da árvore que caiu aqui na frente na hora da ventania”, lembra.

Na Ilha Margarida, seis casas foram atingidas e uma torre da rádio FM caiu sobre a rede de energia (Foto: Marcelo Calazans)
Na Ilha Margarida, seis casas foram atingidas e uma torre da rádio FM caiu sobre a rede de energia (Foto: Marcelo Calazans)

Perto dali, na Ilha Margarida, seis casas foram atingidas e uma torre da rádio FM caiu sobre a rede de eletricidade, fazendo com que os moradores ficassem sem energia no dia do tornado. Como o nível do rio está muito alto não é possível chegar à ilha. Segundo a Marinha do Brasil, o nível do rio, que estava 3,20 metros acima do normal ontem (25), baixou um centímetro até agora. As águas poderiam estar mais baixas, mas a cheia começou mais tarde do que costuma ocorrer todos anos e por isso o rio está alto.

Dos 27 ocupantes do barco hotel Sueño del Pantanal, 13 se salvaram, 11 estão desaparecidos e três corpos foram encontrados; dos turistas paranaenses Sidinei Romano, Moacir Pompelo e Leandro Donizete. Dentre os ocupantes, 11 eram tripulantes e os demais turistas do Estado do Paraná. Equipes do Exército, Defesa Civil, Marinha do Brasil, Polícia Militar Ambiental e bombeiros das cidades de Porto Murtinho, Campo Grande, Dourados e Jardim ajudam nas buscas.

Mergulhadores continuam as buscas por 11 desaparecidos (Foto: Marcelo Calazans)
Mergulhadores continuam as buscas por 11 desaparecidos (Foto: Marcelo Calazans)
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