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Interior

Mortes por covid em Dourados superam previsão e aumentam 160% em dez dias

Estudo de pesquisadores de três universidades apontava risco de mortes dobrarem em 14 dias, mas número cresceu ainda mais

Helio de Freitas, de Dourados | 03/07/2020 11:39
Ambulância chega a hospital de Dourados com paciente infectado por coronavírus (Foto: Marcio Neto)
Ambulância chega a hospital de Dourados com paciente infectado por coronavírus (Foto: Marcio Neto)

Apontada em estudo de pesquisadores de três universidades brasileiras, a previsão de que as mortes pelo novo coronavírus dobrariam em duas semanas em Dourados foi superada bem antes, em dez dias. Nesta sexta-feira (3), o Comitê de Gerenciamento de Crise da Covid-19 anunciou que 31 pessoas já morreram na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul em decorrência da covid-19. São quatro óbitos a mais que ontem.

O número atual de mortes em Dourados é 160% maior que os 12 óbitos registrados até o dia 23 de junho, data em que foi concluído o estudo encomendado pela Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul e publicado quarta-feira (1º) pelo Campo Grande News.

Elaborado por Fernando Ferraz Ribeiro (Universidade Federal da Bahia), Marco Aurelio Boselli (Universidade Federal de Uberlândia), Everaldo Freitas Guedes (doutor em modelagem computacional aplicada à tecnologia industrial) e Fernanda Vasques Ferreira (Universidade Federal do Oeste da Bahia), o estudo alertou que o número de óbitos poderia dobrar até o dia 7 de julho em Dourados.

Só que o crescimento da doença e consequente do número de óbitos tem se mostrado ainda mais agressivo na cidade. Faltando quatro dias para fechar as duas semanas previstas no estudo, Dourados já tem 19 mortes a mais do que tinha em 23 de junho.

“Fizemos previsões baseadas em modelo científico testado com dados do mundo todo. Este estudo mostra que a epidemia ainda está crescendo em Dourados e com tendência de aumento do número de casos e óbitos para as próximas semanas”, afirmou Marco Boselli, mestre e doutor em ciências pelo Instituto de Física Gleb Wataghin, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

O especialista havia alertado que as medidas adotadas e cuidados assumidos pela população poderiam diminuir o número de casos e, consequentemente, os óbitos. “Por outro lado, a falta de medidas mais ostensivas em relação ao isolamento social e cuidados por parte das pessoas podem fazer o número de casos crescer acima do previsto”. Foi exatamente o que aconteceu.

Nesta sexta, o comitê local informou que Dourados tem 2.869 casos positivos, 58 a mais nas últimas 24 horas. São 1.496 infectados já considerados recuperados, 1.314 em isolamento domiciliar e 28 pacientes internados – 10 em leitos de enfermaria e 18 em UTI.

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