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Interior

Motorista percorre trecho do Taquari que já virou "deserto" em MS

Estimativa do Instituto Homem Pantaneiro indica que, atualmente, pelo menos 100 km do rio esteja completamente seco

Liniker Ribeiro | 24/09/2019 17:38
Caminhonete percorre, tranquilamente, trecho do Rio Taquari onde antes era alagado; animais também circulam pelo local (Foto: Direto das Ruas)
Caminhonete percorre, tranquilamente, trecho do Rio Taquari onde antes era alagado; animais também circulam pelo local (Foto: Direto das Ruas)

Já são pelo menos 100 quilômetros de deserto onde antes existia rio. A estimativa é do Instituto Homem Pantaneiro, sobre a triste realidade de um dos mais importantes rios que cruzam o Estado, o Taquari. 

Na região do Porto Rolon, o cenário impressiona e não de forma positiva. Ao invés de água, muita areia. A travessia pode facilmente ser feita a pé ou até mesmo de carro. Imagens que circulam na internet mostram, inclusive, a indignação de quem se depara com a cena.

Vídeo gravado no último domingo (22) mostra um longo caminho seco, por onde é possível percorrer distâncias de carro. "Caminhonete andando no leito do Rio Taquari. Agora a gente anda de carro pelo leito. Assim está o leito hoje, 22 de setembro de 2019", narra a pessoa que grava. "Gado morrendo de sede, em busca de água, realmente o Rio Taquari acabou", continua.

A situação apresentada no vídeo foi confirmada pelo Instituto Homem Pantaneiro. Segundo o presidente da entidade, Angelo Rabelo, por conta da seca, o rio acaba buscando um novo caminho e alagando pastos e fazendas. “Hoje ele vai sentindo Rio Paraguai Mirim e, se você fizer uma medição, dá aproximadamente 1.3 milhão de hectares debaixo d’água”, ressaltou.

De acordo com o Instituto Pantaneiro, o Rio taquari hoje possui aproximadamente 100 km de seca (Foto: Direto das Ruas)
De acordo com o Instituto Pantaneiro, o Rio taquari hoje possui aproximadamente 100 km de seca (Foto: Direto das Ruas)

As pequenas comunidades que viviam na região, aos poucos estão se desfazendo, diz o presidente do Instituto Homem Pantaneiro. Angelo lembra que o prejuízo vai além do material e vem se alastrando há pelo menos 30 anos.

“É um quadro triste para o meio-ambiente de Mato Grosso do Sul e, principalmente, para o Pantanal”, lamenta Rabelo.

Para ele, a situação é resultado da falta de colocar em prática ações após estudos já realizados."Muita informação foi gerada, mas não foram transformadas em atitudes. As poucas que aconteceram não foram efetivadas”, argumenta.

Ainda conforme o presidente do Instituto, a situação vem provocando isolamentos tanto nos trechos com muita areia, como nas partes alagadas.

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