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Interior

Mulheres são presas extorquindo família de ex-político levado por terroristas

Óscar Denis Sánchez foi sequestrado no dia 10 de setembro pelo Exército do Povo Paraguaio

Helio de Freitas, de Dourados | 05/11/2020 15:04
As duas mulheres presas hoje por extorquir família de Óscar Denis (Foto: Divulgação)
As duas mulheres presas hoje por extorquir família de Óscar Denis (Foto: Divulgação)

Duas mulheres da comunidade indígena Yakye Axa, no município de Presidente Hayes, no Chaco paraguaio, foram presas nesta quinta-feira (5) acusadas de extorquir a família do ex-vice-presidente do Paraguai Óscar Denis Sánchez.

Ele foi sequestrado de sua fazenda na região de Bella Vista Norte, a 60 km da fronteira com Mato Grosso do Sul, no dia 10 de setembro deste ano, pelo EPP (Exército do Povo Paraguaio) e até hoje está em poder dos terroristas.

Agentes do Departamento Antissequestro da Polícia Nacional e do Ministério Público paraguaio apreenderam com as mulheres o celular usado para trocar mensagens com familiares do pecuarista de 74 anos. Elas afirmavam falsamente que tinham informações sobre a localização dele e pediram dinheiro.

Óscar foi vice-presidente de Federico Franco de 2012 a 2013. Como Franco era vice do então presidente Fernando Lugo, destituído do cargo em junho de 2012, Óscar foi nomeado pelo Congresso paraguaio como vice-presidente. Antes tinha sido deputado e senador.

“Esse tipo de situação joga com a dor da família”, afirmou uma das filhas de Óscar, Beatriz Denis, porta-voz da família. Em entrevista coletiva após a prisão das mulheres, ela informou que as golpistas mandaram mensagem para uma rádio do Paraguai pedindo contato com os familiares. A partir daí começou a extorsão.

Inicialmente o contato foi feito apenas por mensagens de texto, mas logo depois uma das mulheres passou a conversar com os familiares através de ligações. Ela se apresentava como “Maria do EPP” e dizia que Óscar estava bem e logo seria libertado.

O valor pedido pelas golpistas não foi informado. Após o sequestro, o EPP só fez contato com a família uma vez, para pedir doações de alimentos a trabalhadores rurais da região. A maioria dos agricultores recusou os donativos.

O Ministério Público do Paraguai identificou como captores do ex-vice-presidente três adultos e três adolescentes, dois deles indígenas. Os adultos foram identificados como Esteban Marín López, Luciano Argüello e Rubén Darío López.

Como não foram localizados, eles estão sendo processados à revelia por terrorismo, associação terrorista, privação de liberdade e extorsão agravada.

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