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Interior

Na AL, deputado denuncia morte de criança em aldeia e cobra investigação

Neno Razuk disse que bloqueio da MS-156 é ato político e responsabilizou dois vereadores, opositores da prefeita de Dourados

Leonardo Rocha e Helio de Freitas, de Dourados | 02/10/2019 12:19
Ambulância passa por bloqueio da MS-156, nesta quarta-feira, em Dourados (Foto: Adilson Domingos)
Ambulância passa por bloqueio da MS-156, nesta quarta-feira, em Dourados (Foto: Adilson Domingos)

A morte de um menino de um ano e oito meses na noite de ontem na reserva indígena, supostamente por demora no atendimento devido ao bloqueio da rodovia MS-156 em Dourados, a 233 km de Campo Grande, virou crise política e foi parar na Assembleia Legislativa.

Na sessão desta quarta-feira (2), o deputado estadual Neno Razuk (PTB), filho da prefeita de Dourados Délia Razuk, do mesmo partido, disse que o bloqueio tem interesses políticos, cobrou investigação da morte e apontou os vereadores Madson Valente (DEM) e Olavo Sul (Patriota) como apoiadores do movimento. Os dois fazem oposição a Délia na Câmara.

“O município realiza este transporte. Como os ônibus estão em manutenção, não teve condições de fazer o transporte. Se trata de ação política fechar a MS-156, mas nisto uma criança de 1 ano e 8 meses faleceu”, afirmou Neno Razuk.

O deputado continuou: “ela reside na aldeia e não foi permitida a ida, me parece, de um carro da Funasa para ir buscá-la para levar ao hospital. Pedimos que o Estado tome providências para investigar o caso é responsabilizar eventuais culpados”.

Neno Razuk apontou no discurso os dois opositores da prefeita de Dourados como apoiadores do protesto, que já dura quase 30 horas. “Olavo Sul e Madson Valente apoiaram este movimento. Deve-se averiguar se houve omissão por parte deles nesta história que culminou na morte desta criança”.

Vereadores – Ao Campo Grande News, Madson Valente disse que a declaração do deputado petebista é “um absurdo” contra ele. “Falo por mim, posso garantir, não estive em nenhum momento neste movimento”, declarou.

Madson desafiou o deputado a provar sua participação no protesto. “Espero que deputado se retrate dessa fala maldosa. O que ele deveria fazer, enquanto representante da cidade, é buscar entendimento para uma solução e não ficar criando situação para potencializar o conflito e arrumando culpados num momento de dor dessa família que perdeu a criança”.

Olavo Sul também foi procurado pela reportagem, mas não se manifestou até a publicação deste material.

Denúncia – O boletim de ocorrência sobre a morte da criança foi registrado às 23h20 de ontem pela mãe do menino, Miriam da Silva Benites, 18. Ela relatou que o filho estava com diarreia, vômito e febre e houve demora no socorro da criança pela ambulância da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) por causa do bloqueio.

A estrada está interditada desde ontem às 8h em protesto contra a prefeitura por causa da suspensão do transporte de 140 universitários moradores da reserva indígena. A prefeitura alega que não tem obrigação legal de transportar universitários.

Hoje cedo, o capitão da Aldeia Jaguapiru Isael Morales, o Neco, rebateu a acusação. Ao Campo Grande News, disse que a denúncia é política e tem intenção de enfraquecer o protesto. Ele acusou o capitão da Aldeia Bororó, Gaudêncio Benites, de arquitetar a denúncia por ser assessor nomeado em cargo de confiança da prefeitura.

De acordo com o portal da transparência da Prefeitura de Dourados, Gaudêncio Benites é nomeado como diretor de Saúde Indígena da Coordenadoria Especial de Assuntos Indígenas, departamento que faz parte da prefeitura, com salário bruto de R$ 2.514,52.

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