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Interior

Operação apreende crânios de onça e 3,5 metros de couro de sucuri

Fabiano Arruda e Italo Milhomem | 06/05/2011 13:13

PF desencadeou Jaguar II por conta de envolvimento do Toninho da Onça

(Foto: Divulgação / IBAMA)
(Foto: Divulgação / IBAMA)

A Operação Jaguar II, desencadeada pela Polícia Federal e Ibama, nesta sexta-feira, em Corumbá, apreendeu dois crânios de onça, três metros e meio de couro de sucuri e 12 galhadas de cervo, além de armas. Até uma mala confeccionada com couro de onça foi encontrada.

A ação encontrou ainda uma mandíbula de porco monteiro. Entre as armas apreendidas estão cinco revólveres 38, uma pistola 357, de uso restrito das Forças Armadas, dois fuzis e uma espingarda carabina.

A operação é desdobramento da Jaguar I, desencadeada no ano passado. Participaram da ação nesta manhã quatro policiais federais, dois funcionários da fiscalização do Ibama. A equipe utilizou um helicóptero do Exército.

As investigações começaram a partir de um vídeo, enviado por um americano à Polícia Federal, que mostra um safári turístico na fazenda Santa Sofia, em Aquidauana, a 150 quilômetros de Campo Grande.

O vídeo era utilizado como uma espécie de propaganda da caçada ilegal, que custava de 30 a 40 mil dólares por safári, com direito a passagem, alimentação, translado, hospedagem. O prêmio era o que o caçador conseguisse abater.

As imagens mostraram um caçador russo, além de outros estrangeiros, que acabavam atuando na parte logística, e Toninho da Onça, principal protagonista da Jaguar I, que está foragido da Polícia Federal.

A identificação de Toninho das imagens foram fundamentais para os federais desencadearem a segunda operação, que não fez prisões em flagrante, nem aponta o número de envolvidos. Segundo informações do Ibama, a Jaguar II foi executada para preservar provas.

Mesmo sem as prisões, o Ibama vai designa multa aos envolvidos, inclusive a dona da fazenda, que variam entre 5 e R$ 10 mil para cada peça apreendida, por se tratar de animais em extinção.

Parte das peças apreendidas vão para estudo na Embrapa Pantanal, além de ficarem com Polícia Federal e Ibama, que acredita que outras peças devam ter ido para fora do País.

Safáfi pantaneiro - Em julho do ano passado, a quadrilha presa cobrava de turistas pelo menos 1,5 mil dólares para participar da caça. Esse preço, segundo divulgado, era cobrado por animal abatido.

Nesta ação, foram detidos seis turistas que se preparavam para um safári em uma propriedade particular, em Sinop (MT), entre os quais quatro argentinos, um paraguaio e um policial militar de Mato Grosso.

Da quadrilha, foram presas quatro pessoas. À época, o dentista Eliseu Augusto Sicoli foi apontado como líder da quadrilha. Também foi identificado como integrante do bando Marco Antônio Moraes de Melo, o Toninho da Onça, que era tido como um caso simbólico de conversão de caçador de onça em colaborador com as ações de proteção ao animal.

Depois de ser considerado o maior caçador de onças pardas e pintadas do Brasil, com 600 abates no currículo, ele passou a auxiliar, desde 1990, o Ibama e entidades ambientalistas e acabou sendo indiciado na operação do ano passado, mas não chegou a ser preso.

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