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Interior

Paraguai tenta identificar 19 policiais ligados a traficante brasileiro

Suspeitos foram gravados em conversas interceptadas pela Operação Norte, que prendeu 21 policiais na segunda-feira

Helio de Freitas, de Dourados | 31/10/2019 08:59
Agentes da Senad em frente à sede da Polícia Nacional em Pedro Juan Caballero, na segunda-feira (Foto: Porã News)
Agentes da Senad em frente à sede da Polícia Nacional em Pedro Juan Caballero, na segunda-feira (Foto: Porã News)

As conversas telefônicas interceptadas com ordem judicial que levaram à prisão de 21 policiais paraguaios suspeitos de ligação com o narcotráfico gravaram outros 19 integrantes da Polícia Nacional ainda não identificados. A afirmação é do promotor Carlos Alcaraz, um dos cinco representantes do Ministério Público do país vizinho responsáveis pela Operação Norte, desencadeada na segunda-feira (28).

A maioria dos policiais presos e dos que ainda não foram identificados atuava ou atuava em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande.

Todos são suspeitos de receber pagamentos mensais para proteger o narcotraficante Levi Adriani Felício, 52, preso no dia 14 deste mês em Asunción e entregue à Polícia Federal brasileira no dia seguinte.

Considerado executivo do crime organizado, Levi foi apontado como o maior fornecedor de drogas e armas para o PCC (Primeiro Comando da Capital) e para o Comando Vermelho, as duas principais facções criminosas brasileiras com forte atuação na Linha Internacional.

Além de repassar informações sobre operações policiais e do Ministério Público, os agentes, oficiais e suboficiais presos são acusados de proteger o esquema de produção e distribuição de drogas mantido por Levi Felício.

Na casa do narcotraficante, a Operação Norte apreendeu cadernos com anotações de nomes e valores pagos aos policiais. O promotor Carlos Alcaraz afirmou que o MP paraguaio tem a lista de todos os policiais e agentes da Senad que atuaram no departamento de Amambay nos últimos anos e todos estão sendo investigados.

“A máfia se infiltrou em nossas instituições, podemos esperar qualquer coisa”, afirmou o promotor ao dizer que os policiais corruptos são suspeitos inclusive de praticar assassinatos a mando do narcotráfico.

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