Pastor é condenado por abusos em nome de “cura espiritual”
Evandro Luiz Baptista usava "posição religiosa para enganar fiéis em Dourados", diz sentença
A Justiça condenou o pastor Evandro Luiz Baptista, de 53 anos, por abusar de mulheres sob a promessa de “cura espiritual”. A decisão foi tomada em 3 de julho pela 3ª Vara Criminal de Dourados e tornou-se pública nesta quarta-feira (3), após divulgação pelo Dourados News.
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Pastor de 53 anos é condenado a seis anos e oito meses de prisão por abusar sexualmente de fiéis em Dourados (MS). Evandro Luiz Baptista usava a promessa de "cura espiritual" para cometer os crimes, que incluíam violação sexual mediante fraude e importunação sexual contra quatro mulheres. A sentença, proferida pela 3ª Vara Criminal, determina regime semiaberto e o pagamento de R$ 10 mil de indenização a cada vítima. O pastor se aproveitava de sua posição religiosa, realizando rituais noturnos em que alegava falar em "línguas estranhas" e convencia as fiéis a praticarem atos sexuais para receber "energia vital". As vítimas, com idades entre 20 e 40 anos, relataram beijos forçados, toques e atos sexuais sem consentimento. Apesar da condenação, Baptista poderá recorrer em liberdade. A defesa alega que as relações foram consensuais e que recorrerá da decisão.
O juiz Pedro Henrique Freitas de Paula fixou penas que somam seis anos e oito meses de reclusão em regime inicial semiaberto. O pastor foi responsabilizado por um crime de violação sexual mediante fraude e três crimes de importunação sexual. Mesmo condenado, ele poderá recorrer em liberdade.
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De acordo com a sentença, um dos episódios resultou em pena de dois anos e oito meses de prisão por violação sexual mediante fraude, com reconhecimento de violência contra a mulher e abuso de poder relacionado à função religiosa. Nos outros três casos, a condenação foi por importunação sexual, com um ano e quatro meses para cada vítima.
Além da pena de prisão, Baptista foi condenado a pagar indenização mínima de R$ 10 mil a cada uma das quatro mulheres. O magistrado rejeitou a substituição da pena por medidas alternativas e negou a suspensão condicional da pena.
A denúncia, apresentada em 2024, apontou que o pastor se aproveitava da posição de líder espiritual e realizava encontros de oração durante madrugadas, tanto em montes quanto no templo em construção. Durante esses rituais, ele falava em “línguas estranhas” e convencia fiéis a praticarem atos sexuais, sob alegação de que a “passagem do varão” era necessária para transmitir energia vital e promover cura espiritual.
As vítimas, três jovens de 20 a 22 anos e uma mulher de 40, relataram beijos forçados, toques íntimos e atos sexuais sem consentimento. Testemunhas confirmaram à polícia que fiéis deixaram de frequentar a igreja após os episódios e que obreiros chegaram a pedir que o pastor encerrasse os contatos a sós com mulheres.
O caso levou à prisão preventiva de Baptista em agosto de 2024, cumprida pela Guarda Municipal de Dourados após pedido da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher). Em novembro do mesmo ano, ele foi solto com medidas cautelares.
Na época, a defesa negou os crimes e afirmou que as relações foram consensuais. O advogado Rubens Dariu Cabral declarou que uma das vítimas fez a denúncia após a descoberta de um caso extraconjugal com o pastor e sustentou que havia troca de mensagens amorosas, áudios e fotos que comprovariam o consentimento. Ele disse ainda que recorrerá da decisão.
A sentença estabelece que o réu poderá recorrer em liberdade.
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