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Interior

Presos abrem buraco em parede de cela e polícia impede fuga em massa

Fernanda Yafusso | 19/09/2016 19:53
Presos fizeram buracos na parede da cela 6 (Foto: Ta Na Midia Naviraí)
Presos fizeram buracos na parede da cela 6 (Foto: Ta Na Midia Naviraí)

Presos da delegacia de Ivinhema, município distante 282 km de Campo Grande, tentaram fugir na tarde do último domingo (18) da unidade por meio de dois buracos feitos na parede de uma das celas do local.

De acordo com informações do site Tá Na Mídia Naviraí, os detentos estavam planejando fugir na madrugada desta segunda-feira (19). A fuga foi impedida após o delegado titular receber uma denúncia anônima sobre o plano.

Em seguida, o delegado acionou os policiais civis da delegacia e pediu reforço da Polícia Militar do município. Após vistoria realizada nas celas os policiais localizaram dois buracos na parede da cela 6 em estágio avançado.

Atualmente o local abriga cerca de 60 presos. Os que estavam envolvidos na tentativa de fuga foram redistribuídos entre as demais celas da cadeia. Existe a possibilidade dos envolvidos serem transferidos para algum presídio do Estado.

Situação críticaO presidente do Sinpol MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Giancarlo Miranda informou ao Campo Grande News, que o local se transformou em um verdadeiro presídio. E que os policiais e a população correm risco a todo momento.

"É necessário que o governo tome medidas urgentes para essa situação e que providencie para que a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) assuma aquela delegacia e retire os policiais do desvio de função. Mais de 500 policiais trabalham com desvio de função na custódia de presos", afirma o sindicalista.

De acordo com o sindicato a unidade em Ivinhema possui capacidade para abrigar apenas 20 custodiados, em média 4 pessoas em cada uma das seis celas existentes no local. Atualmente não existe efetivo suficiente para atender as delegacias em todo o Estado. 

"A providência, a princípio, é retirar os presos dessa cela e reformar o que foi danificado. A intenção do sindicato é que todos sejam encaminhados para presídios. Existem atualmente um efetivo de mil policiais trabalhando nas unidades do interior do Estado. O ideal é que esse número fosse o dobro".

Plano estratégico - O diretor presidente da Agepen, Ailton Stropa, explica que a agência se propôs a apresentar um plano estratégico de transferência de presos das delegacias para as unidades prisionais do Estado, e que deve ser finalizado até 31 de dezembro de 2018, caso seja executado. 

O plano, segundo Stropa, foi entregue nas mãos do atual secretário de segurança, José Carlos Barbosa para que possa ser avaliada as condições que o Governo poderá oferecer e, só então, iniciar uma implantação estruturada.

Já o presidente do Sinpol MS, afirma que o sindicato ainda não possui informações sobre o plano estratégico, e que durante uma reunião entre o sindicato e secretário, realizada na última quinta-feira (15), ainda não foi apresentado um cronograma do plano estratégico de transferência de presos das delegacias.

Além disso, Giancarlo explica que já está é cobrado do governo para que o cronograma seja iniciado imediatamente. "Estamos cobrando esse cronograma antes que ocorram novas rebeliões e tentativas de fuga, ou até mesmo uma tragédia onde um policial seja novamente vítima desse descaso que é o desvio de função".

Cobrança - Na quarta-feira (21) o Sinpol MS realiza um ato de protesto contra o Governo do Estado, com relação a falta de planejamento e de estrutura para os policiais civis, principalmente em relação ao desvio de função na custódia de presos.

"Essa é uma luta eterna do sindicato e agora ela se aprofunda. É necessário que o Governo retire esses presos e apresente esse cronograma o quanto antes", explica o sindicalista.

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