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Interior

Segunda em casos de coronavírus em MS, Dourados descarta lockdown

Comitê de enfrentamento à covid-19 afirma que apesar do aumento dos casos, cidade tem baixo índice de ocupação de leitos

Helio de Freitas, de Dourados | 29/05/2020 12:40
Barreira sanitária instalada pela prefeitura na entrada de Dourados pela Avenida Presidente Vargas (Foto: A. Frota/Divulgação)
Barreira sanitária instalada pela prefeitura na entrada de Dourados pela Avenida Presidente Vargas (Foto: A. Frota/Divulgação)

Maior cidade do interior e segunda em número de habitantes em Mato Grosso do Sul, Dourados assumiu também a vice-liderança em casos do novo coronavírus. Conforme boletim divulgado nesta sexta-feira (29), a cidade já confirmou 236 casos, sendo superada apenas pela Capital, com 278 confirmações. Entretanto, a cidade do interior possui incidência quase três vezes maior que Campo Grande – 105,9 casos para cada grupo de cem mil habitantes. Na Capital, a incidência é de 31.

Apesar do avanço da infestação, o Comitê de Gerenciamento de Crise da Covid-19 descarta, pelo menos por enquanto, qualquer possibilidade de fechamento total, o chamado “lockdown”. Para afastar a medida mais drástica, médicos que comandam as ações contra o vírus consideram baixo o índice de internações. São 14 internados nesta sexta-feira, sendo nove em leitos de enfermaria e cinco em leitos de UTI. No início da semana eram 18 pacientes hospitalizados na cidade.

Dos infectados, 50 estão recuperados e 170 em isolamento domiciliar. Dourados tem oficialmente uma morte por covid-19, o caminhoneiro que morava na cidade, mas morreu no Tocantins, no final de abril.

“Um dos indicadores do colapso no sistema de saúde é o número de óbitos. Temos um óbito que nem foi em Dourados. Estamos com 170 isolados e 14 internações. Essa informação é fundamental, pois a epidemia está passando e não temos alta mortalidade, porque estamos internando pessoas que não são do grupo de risco”, afirmou o médico Ricardo do Carmo, membro do comitê e coordenador do Núcleo de Emergência Assistencial, em transmissão ao vivo na página da prefeitura no Facebook.

O assessor da prefeitura Alexandre Mantovani, que representa a prefeita Délia Razuk (PTB) no comitê, afastou, por ora, a possibilidade de fechamento total. “Em Dourados não há atualmente planejamento ou debate sobre lockdown”, afirmou ele, que pediu para as pessoas não se informarem por notícias falsas, as chamadas fake news.

Mantovani também rechaçou a afirmação de que Dourados é novo epicentro do coronavírus. “Epicentro é o ponto central de um descontrole e Dourados não está descontrolada. Os números são crescentes, sim, mas isso já era esperado pelo núcleo técnico”, declarou Mantovani, que é advogado. “Hoje estamos muito mais suscetíveis a medidas de flexibilização do que de fechamento”.

Ricardo do Carmo seguiu na mesma direção e disse que neste momento o fechamento total não é necessário, mas reforçou a importância de manter o isolamento social, proteção aos grupos de risco, respeito às medidas de higiene e uso de máscara. Segundo o médico, a ampliação em duas horas no toque de recolher – em vigor desde segunda-feira – foi medida tomada devido ao aumento da ocupação dos leitos hospitalares. A prefeitura planeja reduzir o toque de recolher até o fim da semana que vem.

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