“Só pressão alta”, diz filha sobre saúde da mãe jogada em uma vala pelo amante
Mulher relata que vítima era cuidadosa, mas prefere aguardar laudo para comentar possível feminicídio
Em meio à dor e à incerteza, familiares de Raquel Perciliano, de 59 anos, evitam conclusões sobre as circunstâncias da morte da mulher, encontrada em uma valeta às margens da MS-355, em Terenos, na última semana. A filha mais nova, de 30 anos, foi cautelosa ao comentar o caso e reforçou a importância do laudo oficial da perícia para esclarecer o que de fato aconteceu.
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Família aguarda laudo pericial para esclarecer morte de mulher encontrada em Terenos. Filha da vítima, Raquel Perciliano, de 59 anos, evita comentar sobre as circunstâncias da morte e diz que a mãe tinha apenas pressão alta, sendo cuidadosa com a saúde. A família contesta especulações divulgadas e aguarda o resultado da perícia para entender o ocorrido. Polícia investiga hipóteses de omissão de socorro e ocultação de cadáver, sem descartar feminicídio. Suspeito alega que a vítima passou mal e morreu no carro, mas perícia não encontrou vestígios de sangue ou bebida. Câmeras de segurança registraram o casal saindo de casa e o suspeito retornando sozinho. A polícia quebrará o sigilo telefônico dos envolvidos e ouvirá familiares após o período de luto.
“Não, a gente não tá com intenção de falar ainda. Enquanto não sair o laudo, a gente não quer falar nada”, disse, ao ser questionada sobre a possibilidade de a morte ter sido provocada por um crime ou um acidente.
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Questionada sobre a saúde da mãe, a mulher afirmou que Raquel era bastante cuidadosa e que não havia histórico de problemas cardíacos graves. “Só pressão alta mesmo ela tinha, mas nada que pudesse ter causado a morte”, afirmou. “Muito cuidadosa com a saúde dela, com tudo praticamente”, completou.
Ela também demonstrou desconforto com as especulações que surgiram nas redes sociais e fora delas. “Eu nem olho, nem vejo, nem passo a ver, nem abro. Eu sei que não é aquilo que tá escrito, que colocaram, que escrevem”, desabafou.
Raquel era casada e vivia com o marido, com quem teve quatro filhos. A família tenta lidar com o luto enquanto aguarda respostas. “É bem difícil, só esperar mesmo, só o resultado [do laudo] pra saber. Não dá pra falar o que acha”, resumiu a filha, emocionada.
Entenda o caso - O caso segue sob investigação da Polícia Civil, que trabalha, por enquanto, com as hipóteses de omissão de socorro e ocultação de cadáver, mas não descarta feminicídio. O laudo necroscópico deve indicar se Raquel sofreu lesões antes ou depois da morte. Também foi solicitado exame para detectar vestígios de sêmen, já que o suspeito afirmou que teve relação sexual com a vítima, mas sem ejaculação.
Antônio Cipriano da Silva se apresentou à polícia no início da semana e refez, ao lado dos investigadores, o trajeto feito com Raquel. Segundo ele, a mulher teria passado mal durante o retorno, vomitado sangue e morrido antes de chegar à cidade. Porém, perícia não encontrou vestígios de sangue nem de bebida alcoólica no carro.
Imagens de câmeras de segurança confirmam que o casal deixou a casa de Raquel no sábado (26), por volta das 13h. O trajeto até a área de mata leva cerca de 20 minutos e o homem aparece voltando sozinho aproximadamente 15 minutos depois. Os registros confirmam que a vítima estava no banco da frente do carro, mas não há qualquer indício de parada para socorro durante o trajeto de volta. O único objeto encontrado no local onde o corpo foi descartado foi um tapete.
A polícia pretende ouvir os familiares, incluindo o marido da vítima, após o período de luto. O sigilo telefônico também será quebrado para apurar o teor das conversas entre os envolvidos.
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