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Cidades

Movidas pela dor e pela luta, mães coordenam protesto

Redação | 24/02/2010 20:54

Na luta contra a impunidade, mães que perderam os filhos de maneira violenta abriram mais um movimento pela paz e justiça em Campo Grande. Apesar da dor comovente e das tragédias causadas pela criminalidade na Capital, o protesto não reuniu muito gente na tarde de hoje, na Praça Ary Coelho.

Apenas parentes, amigos e pessoas que se sensibilizaram com a morte de Paulo Henrique Rodrigues, 17 anos, Rogério Mendonça, de 2 anos e Nicholas Barbosa Cesco, 16 anos, foram até o Centro pedir justiça.

As três mães juntas, tentam superar a dor da perda. Líderes do protesto, elas discursaram no palco da Ary Coelho no dia em que o mais jovem dos três, Rogerinho, completaria 3 anos.

"A principal razão deste protesto é vermos que o acusado da morte de Rogerinho foi solto. Queremos lembrar as pessoas da violência que nos cerca, para que isto não aconteça com outras famílias", lembrou Giordana Mendonça de Oliveira, tia de Rogerinho.

Emocionada, a mãe de Paulo Henrique, Maria Aparecida dos Santos, pediu justiça, mas não esconde a revolta. "Quero justiça. Quero que os assassinos de meu filho sejam condenados. Me revolto com a segurança pública falha", desabafa.

Rosângela Aparecida Barbosa, mãe de Nicholas, assassinado a pancadas, vítima da briga de gangues, ainda luta para superar a dor. "Vamos carregar isso para o resto de nossas vidas. Queremos justiça, mesmo sendo os acusados 'menores de idade'", opinou.

Entre as pessoas que acompanhavam o protesto, a figura de Antonio Poeta, de 63 anos, se destacava. Mesmo sem ter ligação com as vítimas da violência, acompanhou o protesto.

"Vi a mãe de Rogerinho (Ariana Mendonça) pregando cartazes para o protesto em plena noite de carnaval. Me sensibilizei com esta atitude e decidi participar", lembrou o poeta.

Além do poeta, quem passava pela praça demonstrou apoio a causa e à dor das mães e um grupo de cerca de 200 pessoas se formou ao redor do palco onde as mães falavam.

"A impunidade está aí. Não estou querendo justificar, mas me parece que houve um atrito entre o tio de Rogerinho e o acusado. Violência gera violência. Isto deve acabar", disse a professora Rosa Maria de Souza, de 52 anos.

Para reforçar a luta contra a impunidade, Cleidson de Souza Guimarães, de 20 anos, colhia assinaturas para um abaixo-assinado pedindo justiça pela morte do amigo, Paulo Henrique, que morreu baleado por um assaltante, que fugia de um mercado no bairro Tarumã.

Os casos - Nicholas Barbosa Cesco, de 16 anos, participava de um evento na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), no dia 14 de novembro passado, junto com amigos.

Ele se envolveu em uma discussão durante a festa e ao sair, foi cercado e espancado. Nicholas morava na Vila Nasser. Quatro garotos apreendidos pelo crime, integrantes de gangue, confessaram o espancamento, que resultou na morte do menino.

Durante assalto a um mercado do bairro Tarumã no dia 18 de fevereiro, o adolescente Paulo Henrique, de 17 anos, foi baleado e morreu na hora, com tiro certeiro no coração. Os dois responsáveis pelo assassinato já foram presos, mas isso não acabou com o sofrimento da família que resolveu protestar e pedir segurança.

O menino Rogério Mendonça chegava de Jardim, por volta das 11 horas do dia 18 de novembro. No banco traseiro da camionete L-200, estava também a irmã Ana Maria, de 5 anos. O tio, Aldemir Pedra Neto, de 22 anos, dirigia o veículo quando no cruzamento das avenidas Ernesto Geisel e Mato Grosso começou a brigar com o jornalista Agnaldo Gonçalves, que dirigia um Fox. Após a briga, Agnaldo efetuou disparos que atingiram o tio, mas que mataram a criança.

Ele foi preso no mesmo dia, mas conseguiu liberdade no mês passado.

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