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Cidades

MS liderou ranking de assassinatos indígenas em 2008

Redação | 13/01/2009 22:32

Levantamento feito pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário) constatou 40 casos de assassinatos de índios no Mato Grosso do Sul, em 2008. Do total de 53 homicídios registrados em nove Estados, o território sul-mato-grossense agrega o maior número de mortes envolvendo indígenas.

No Estado, o número de assassinatos registrados em 2008 (40) é quase 10% menor que o número de casos de 2007 (53).

O Cimi alerta para a grave situação do povo Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul, pois, entre assassinatos e suicídios, foram 74 casos em 2008 e 75 casos em 2007, em uma população de cerca de 40 mil pessoas. Os números mostram que a falta de terra e o confinamento em pequenas aldeias são as principais razões, na avaliação do Cimi, para a constante ameaça à sobrevivência física e cultural desse povo.

Nesse ano, segundo informa o Conselho, alguns políticos e latifundiários do Estado fizeram forte pressão contra o início de estudos antropológicos para identificação de terras para os Guarani Kaiowá. Mas pelo fato de o governo federal ceder à parte das pressões, o andamento dos estudos se torna cada vez mais lento.

Os casos de agressões aos povos indígenas também devem ser levados em conta, uma vez que no ano passado, o preconceito e a disputa por terras foram as grandes causas para essas agressões. O Cimi informa que em algumas vezes, o Estado, por meio da polícia, é o agressor.

O ano de 2008 também ficou marcado pela intensa campanha racista contra os povos indígenas nos principais meios de comunicação do país, conforme observação do Cimi. Casos como os processos judiciais em torno das terras Raposa Serra do Sol (RR) e dos Pataxó Hã Hã Hãe (BA), a luta por melhoria na saúde indígena e a perspectiva de se conseguir a identificação de terras para os Guarani Kaiowá foram os assuntos usados para que o racismo tivesse voz no país, de acordo com o Conselho.

Ainda segundo o Cimi, a 'sociedade produtiva' de Mato Grosso do Sul é merecedora dessa distinção. Entre alguns títulos de matérias publicadas em jornais impressos do Estado, que denotam certo teor de racismo, o Cimi destaca: "André lidera ofensiva contra demarcação em áreas indígenas", "Demarcações podem ter proporções catastróficas", "Produtores declaram guerra aos índios", "Ex-guerrilheiros manipulam indígenas", "Governador vai ao Supremo para impedir estudo de demarcações", "Técnicos que farão estudos em terras indígenas denunciam ameaças", "O Imbróglio indígena", "Governador, prefeito e deputados tentam evitar estudos antropológicos", entre outros.

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