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Cidades

No dia pós fogos e rojões, começa busca por animais que fugiram

ONGs recebem o triplo de pedidos de atendimento durante as festas; orientação é mandar dados para páginas em redes sociais

Silvia Frias | 01/01/2019 17:11
Lilica tem úlcera de córnea e está praticamente cega (Reprodução/Facebook)
Lilica tem úlcera de córnea e está praticamente cega (Reprodução/Facebook)

A beleza dos fogos do artifício na virada do ano é sinônimo de pesadelo para animais de estimação. Assustados e desorientados, cães e gatos fogem sem rumo e aí é a vez dos donos iniciarem via-crucis à procura dos bichos. Nessa época do ano, as ONGs de proteção aos animais triplicam o número de atendimentos. Não são incomuns os casos de morte, por atropelamento ou por estresse extremo.

O maquiador Icaro Moreira, 25 anos, passou o réveillon em busca de Docinho, a lhasa apso de dois anos. Ele estava recebendo convidados em casa, no Bairro Chácara Cachoeira, quando uma das amigas disse que viu uma cachorrinha na porta da frente. “Foi por um minuto, entre minha amiga me contar e eu sair, a Docinho sumiu”, contou. A virada do ano foi dentro do carro, rodando pelo bairro, em busca de Docinho, mas, até agora, sem sucesso.

Icaro tem outros três cachorros – dois rotweiller e outra lhasa – e Docinho é que a mais se assusta com os fogos. Dos três, é única que consegue passar pela grade do quintal e já fugiu algumas vezes. “Mas sempre consigo encontrar”.

O estouro dos fogos também provocou a fuga de outra lhasa, a Lilica, de seis anos, no Bairro Caiçara. A cabeleireira Onísia de Assis Campelo, 49 anos, abriu o portão da garagem para tirar o carro. “Ela estava muito assustada com os fogos desde cedo”. O agravante é que a cachorrinha tem úlcera de córnea e está quase cega. “Eu sempre compartilho nas redes, peço para as pessoas não soltarem fogos, mas não adianta”.

É nessa época do ano que as ONGs se desdobram para atender aos pedidos de ajuda. São pessoas em busca dos animais de estimação e outras que encontram cães e gatos assustados nas ruas e tentam ajudar. Ontem à tarde, Ana Cristina Camargo de Castro, da ONG Amicats, recolheu cerca de 20 filhotes de gato que estavam desorientados, pelas ruas de Campo Grande. “Na hora do estrondo dos fogos, eles saem sem rumo, e muitos acabam sendo atropelados”.

Docinho estava assustada e saiu correndo após estouro de fogos (Reprodução:Facebook)
Docinho estava assustada e saiu correndo após estouro de fogos (Reprodução:Facebook)

Durante o período de festas, a entidade recebe o triplo de solicitações, segundo Ana Cristina. “Lembrando que cada pedido pode significar vários animais”, aumentando e, muito o trabalho. A ONG abriga, atualmente, 150 bichos, no limite da capacidade.

Laura Cristina Garcia Brito, da ONG Fiel Amigo, fala que os casos de mortes são comuns, já que os animais, em fuga, são atacados por outros cães ou atravessam as ruas e acabam atropelados. Além disso, o stress provocado pelos fogos de artifícios pode levar a situação extrema.

Ela estima que no fim de ano, somente pela ONG, chegam informações de 200 a 300 animais em situação de abandono ou desaparecidos.

A orientação para quem encontrar um animal pelas ruas é recolher e mandar para as redes sociais uma foto do bicho, com local e hora em que foi encontrado. Se não puder abriga-lo, que envie os dados para ajudar na localização para as redes sociais das ONGs, como a Fiel Amigo, Abrigo dos Bichos, Amicats e Cachorro Perdido Campo Grande.

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