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Cidades

Nove em cada dez mulheres agredidas não registram queixa, diz secretária

Paulo Fernandes | 06/12/2014 07:50
Audiência pública na Câmara Municipal discutiu violência contra a mulher (foto: divulgação)
Audiência pública na Câmara Municipal discutiu violência contra a mulher (foto: divulgação)

De cada dez mulheres vítimas de violência no Brasil, apenas uma registra queixa contra o agressor. A informação é da secretária de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da Presidência da República, Aparecida Gonçalves, que participou ontem (5), em Campo Grande, da audiência pública na Câmara Municipal que discutiu o “Programa Mulher Viver sem Violência” e a Casa da Mulher Brasileira, que será instalada no município.

“Não é apenas violência, passa a ser uma tortura. A violência se estabelece para dentro da família e gera todo um processo. As mulheres morrem dentro de casa e nas mãos de seus companheiros. O lugar de segurança da maioria da população, a casa, é onde a mulher corre risco”, afirmou a secretária, conforme a assessoria de imprensa da Câmara.

Mais de 92 mil mulheres foram assassinadas no país entre os anos de 1980 e 2010 e quase metade dessas mortes se concentrou apenas na última década, segundo o Mapa da Violência, elaborado pelo Cebela (Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos) e pela Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais).

Segundo a secretária, entre 2009 e 2011, 5,6 mil mulheres foram mortas no Brasil, em média, a cada ano. “E 90% das mulheres não chegam ao serviço público para denunciar seu agressor”, disse.

Para a delegada titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Rosely Molina, são necessárias penas mais severas aos agressores. “Só esse ano, 5,5 mil boletins de ocorrência foram registrados. Só na Deam, efetuamos mais de 450 prisões. Encaminhamos ao Judiciário três mil inquéritos concluídos. Não adianta termos uma fábrica de boletins, mas, ao final, o autor deve ser punido. Que cada punição sirva de exemplo para que outros homens não pratiquem a mesma coisa”, afirmou.

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