Pesquisa revela a escassez de médicos em MS
Pesquisa divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas confirma mais uma vez a realidade da falta de médicos em Mato Grosso do Sul, a proporção indicada é de apenas um profissional por 746 habitantes no Estado, o décimo pior índice no País, com número bem abaixo da média nacional que é de um médico para 595 pessoas. Desde 1990 houve um avanço no Estado. Naquela época era um médico para grupo de 1.250 pessoas. Mas o número ainda é bem pior se comparado ao melhor índice registrado no País, o do Rio de Janeiro, que tem um profissional por grupo de 299 habitantes. Conforme o levantamento, realizado em todo o Brasil, Campo Grande fica apenas com a 40ª posição no ranking quantitativo da cidades brasileiras, com um profissional para grupo de 490 pessoas. O melhor índice está no Distrito Federal, onde existe um médico para 292 habitantes. Na capital sul-mato-grossense, a pesquisa aponta que um profissional trabalha em média 52 horas semanais, com salário médio de R$ 5,3 mil. Mas as principais deficiências continuam registradas no interior, confirma a FGV, com maior dificuldade nas zonas rurais, onde ficam apenas 0,32% dos profissionais de saúde. A pesquisa só aponta a proporção de médicos em cidades com mais de 250 mil habitantes, por isso contempla somente Campo Grande no Estado, mas o levantamento indica outros detalhes referentes ao interior. Os resultados têm como base o banco de dados do Sus de 2005, o Datasus, e levantamentos realizados pelo IBGE, entre os anos de 2000 e 2006. Perfil - As informações levantadas em todos os estados mostram que dentre 31 carreiras de nível superior, a medicina é a que tem maior taxa de ocupação com 90% dos formados empregados. São os médicos os com maior salário médio no Brasil (R$ 6,2 mil), mas também os que levam o título de maior carga horária (50 horas semanais). Conforme a pesquisa, está na medicina, com folga, o maior percentual de profissionais com mais de um emprego, são 47,91% dos que atuam na área. Enquanto que em categorias como do magistério, são apenas 25,08% dos professores. Em relação ao perfil, 86,4% são brancos e a maioria ainda é do sexo masculino (54,62%). São os homens que ganham mais, cerca de R$ 7,5 mil contra R$ 4,5 mil dos salários das mulheres, mas também são eles com carga horária semanal superior (52,1 - homens e 44,2 - mulheres).