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Cidades

Pesquisa revela a escassez de médicos em MS

Redação | 15/04/2008 12:40

Pesquisa divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas confirma mais uma vez a realidade da falta de médicos em Mato Grosso do Sul, a proporção indicada é de apenas um profissional por 746 habitantes no Estado, o décimo pior índice no País, com número bem abaixo da média nacional que é de um médico para 595 pessoas.

Desde 1990 houve um avanço no Estado. Naquela época era um médico para grupo de 1.250 pessoas. Mas o número ainda é bem pior se comparado ao melhor índice registrado no País, o do Rio de Janeiro, que tem um profissional por grupo de 299 habitantes.

Conforme o levantamento, realizado em todo o Brasil, Campo Grande fica apenas com a 40ª posição no ranking quantitativo da cidades brasileiras, com um profissional para grupo de 490 pessoas. O melhor índice está no Distrito Federal, onde existe um médico para 292 habitantes.

Na capital sul-mato-grossense, a pesquisa aponta que um profissional trabalha em média 52 horas semanais, com salário médio de R$ 5,3 mil.

Mas as principais deficiências continuam registradas no interior, confirma a FGV, com maior dificuldade nas zonas rurais, onde ficam apenas 0,32% dos profissionais de saúde.

A pesquisa só aponta a proporção de médicos em cidades com mais de 250 mil habitantes, por isso contempla somente Campo Grande no Estado, mas o levantamento indica outros detalhes referentes ao interior.

No Estado - Em Porto Murtinho, por exemplo, um médico tem de cumprir carga horária de 99 horas semanais e em Rochedo são 85 horas, indica a Fundação. No primeiro caso é quase o dobro e no segundo mais de 30 horas por semana superior a média estadual, o que é colocado como reflexo da falta de profissionais.A ausência também rende algumas surpresas. Em Juti, a 313 quilômetros da capital, o salário oficial oferecido ao médico que se habilita a trabalhar no município é o maior do Estado, são R$ 44,00 por hora, mais de R$ 9,8 mil ao mês, informa a FGV.

Os resultados têm como base o banco de dados do Sus de 2005, o Datasus, e levantamentos realizados pelo IBGE, entre os anos de 2000 e 2006.

Perfil - As informações levantadas em todos os estados mostram que dentre 31 carreiras de nível superior, a medicina é a que tem maior taxa de ocupação com 90% dos formados empregados.

São os médicos os com maior salário médio no Brasil (R$ 6,2 mil), mas também os que levam o título de maior carga horária (50 horas semanais).

Conforme a pesquisa, está na medicina, com folga, o maior percentual de profissionais com mais de um emprego, são 47,91% dos que atuam na área. Enquanto que em categorias como do magistério, são apenas 25,08% dos professores.

Em relação ao perfil, 86,4% são brancos e a maioria ainda é do sexo masculino (54,62%). São os homens que ganham mais, cerca de R$ 7,5 mil contra R$ 4,5 mil dos salários das mulheres, mas também são eles com carga horária semanal superior (52,1 - homens e 44,2 - mulheres).

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