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Cidades

Prestes a acabar o ano, prefeitura deve R$ 1,7 milhão ao Hospital de Câncer

Segundo o hospital, o valor é referente à contrapartida do município que está atrasada desde o mês de agosto

Christiane Reis e Alberto Dias | 26/12/2016 14:25
Em outubro foram inaugurados dois dos nove andares do novo prédio do Hospital do Câncer. (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Em outubro foram inaugurados dois dos nove andares do novo prédio do Hospital do Câncer. (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

Há uma semana de encerrar o ano, a Prefeitura de Campo Grande ainda não conseguiu liquidar a dívida que acumula com o Hospital de Câncer Alfredo Abrão. Segundo o diretor-presidente do hospital, Carlos Coimbra, da conta de R$ 1,850 milhão devido, apenas R$ 70 mil foram depositados na sexta-feira (23), o recurso repassado, segundo ele, é proveniente de verba federal. O que falta ser pago, R$ 1,730 milhão é contrapartida do município.

“O valor que ainda falta ser pago refere-se a pagamentos que não foram feitos de agosto para cá, em torno de R$ 350 mil por mês mais R$ 180 mil de pelo menos 12 cirurgias ortopédicas que realizamos para desafogar a fila do município e o restante refere-se a exames laboratoriais também realizados a pedido da Secretaria de Saúde”, detalhou Coimbra.

Ele detalhou que em novembro o hospital fez empréstimo de R$ 1,7 milhão para honrar folha de pagamento e 13º . “Sabemos que o dinheiro vai sair em algum momento, por conta do bloqueio do valor, mas de toda forma não descarto a possibilidade de um novo empréstimo, caso seja necessário”, disse.

Ainda segundo diretor do hospital, os repasses feitos em dezembro são referentes a verbas do Governo Federal e do Governo do Estado. “Este ano o Governo Federal repassou quase R$ 16 milhões e o Governo do Estado R$ 10 milhões para ajudar no custeio da obra e compra de mobília”, lembrou. Em outubro deste ano o hospital inaugurou dois dos nove andares do novo prédio da instituição.

Meta – O atendimento no hospital cresce ano a ano, segundo o diretor-presidente. Em 2013 foram 109 mil procedimentos; em 2015 foram 162 mil e este ano a estimativa é encerrar dezembro com o total de 190 mil procedimentos.

Os procedimentos englobam todo tipo de serviço prestado, desde exames, passando por quimioterapia, radioterapia, internações e cirurgias, além de exames de imagem, entre outros.


Bloqueio – Por conta do atraso no repasse desde agosto, o hospital entrou com pedido de bloqueio de bens na justiça. O bloqueio foi determinado pelo desembargador Paschoal Carmello Leandro, que é vice-presidente do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). A decisão atende parcialmente liminar impetrada pela Fundação Carmem Prudente, gestora do Hospital de Câncer.
Como 90% dos pacientes que procuraram tratamento na unidade são pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a principal no tratamento de câncer em Mato Grosso do Sul, o hospital passou a enfrentar dificuldades para realizar os atendimentos.

Na primeira instância, o pedido foi negado, já que o juiz analisou que a prefeitura deveria ser ouvida antes de alguma decisão ser tomada. Já agora em segundo grau, a análise do desembargador Paschal Carmello Leandro era de que a medida cabível não era o sequestro, e sim o bloqueio do valor reivindicado.

Outro lado – A Prefeitura de Campo Grande informou que, por conta do bloqueio das cinco contas pela Justiça, que juntas somam R$ 7 milhões, não foi feito o valor referente ao mês de dezembro ao Hospital do Câncer e que esse pagamento deve ficar para o mês de janeiro de 2017.
Via assessoria de imprensa, o município reforçou que em 2016 o montante repassado chegou a R$ 27.924.256,82, só em dezembro foram feitos quatro repasses, totalizando R$ 4.223.633,27.

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