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Cidades

Testemunhas do caso Dudu são ameaçadas por adolescentes

Redação | 02/06/2010 07:58

Duas testemunhas da morte do menino Luiz Eduardo Gonçalvez, o Dudu, registraram na última semana boletim de ocorrência dizendo sofrer ameaçadas dos adolescentes envolvidos no assassinato, que foram apreendidos, mas 3 meses depois estavam em liberdade.

Os boletins de ocorrência foram registrados na Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude).

"Essas foram testemunhas-chave no início da investigação", revela a delegada que cuidou do caso, Maria de Lourdes Cano. Por isso, ela encaminhou na última segunda-feira (31), comunicado urgente à promotoria e ao juiz titular da Vara da infância e Juventude da Capital, Danilo Burin, informando da conduta dos dois adolescentes envolvidos, um garoto de 19 anos e uma garota de 17 anos.

A delegada explica que uma das exigências para a progressão do regime de internação é que os adolescentes não voltem a praticar atos infracionais. A comunicação foi feita para que o juiz decida sobre uma eventual retorno dos adolescentes as UNEIs (Unidade Educacional de Internação).

Maria de Lourdes ressalta que as testemunhas que registraram boletim por ameaça são justamente as que demoraram muito para serem convencidas a colaborar com as investigações porque tinham medo dos autores, uma vez que todos são vizinhos.

Depois de quase um ano é que aceitaram colaborar com os trabalhos. Foram elas quem viram o grupo de pessoas espancando o garoto. Além de testemunhar durante o inquérito, fizeram isso também no processo judicial.

Uma das vítimas das ameaças, uma jovem de 21 anos, cujo nome será preservado por questão de segurança, chegou a se mudar do bairro Jardim das Hortênsias por conta da ação dos autores do crime.

Ela procurou a delegacia na terça-feira (25) e contou que no dia 15 do mês passado estava em frente de casa quando a adolescente de 17 anos junto com Evelyn de Souza, de 22 anos, passaram na rua Damianópolis dizendo "Eu vou te bater, vou te machucar".

Depois disso, a vítima diz ter sido abordada pelas duas. Uma delas mandou que fosse retirada a "queixa" e disse que não foi ela quem matou o Dudu. De acordo com a vítima, uma das duas chegou a apontar o dedo para ela. "Se você não tirar a queixa, eu te mato", diz a ameaça registrada no boletim de ocorrência.

Outra testemunha, de 51 anos, revelou à Polícia que no dia 10 de maio foi ameaçada pela adolescente de 17 anos, por Evelyn e por Elton de Souza, de 19 anos, que cumpriu medida sócio-educativa por participação na morte do garoto.

Segundo a dona-de-casa, ela seguia para sua residência, no mesmo bairro onde ocorreu o crime, quando Elton disse as seguintes palavras: "Quando a gente mata uma peste dessa...Fura os óios..E corta a língua e mata, aí vão dizer que nós somos culpados".

Até o final da tarde de ontem (1°), a Promotoria e o Juizado da Vara da Infância e Juventude não haviam respondido ao comunicado emitido pela delegacia.

Caso - Dudu desapareceu no dia 22 de dezembro de 2007 no Jardim das Hortênsias, em Campo Grande. No bairro onde ocorreu o crime, mesmo em que moravam os autores, o medo tomou conta da vizinhança e atrapalhou o andamento dos trabalhos.

Após passeatas e sofrimento da família, a Polícia conseguiu desvendar a morte do menino, e descobriu que ele foi espancado e torturado no dia em que sumiu. Depois disso, seu corpo foi desenterrado, esquartejado e queimado, na tentativa de dificultar a identificação.

O padrasto do menino foi condenado a pena de 26 anos pelos crimes cometidos contra ele. Ele contou que matou o garoto para se vingar da mãe dele, com quem teve um relacionamento.

Os dois adolescentes condenados a cumprir medida sócio-educativa por envolvimento no crime receberam liberdade. Primeiro a menina, que passou seis meses em uma Unei (Unidade Educacional de Internação). O outro também foi liberado, no início deste ano.

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