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Cidades

Vacinação contra gripe suína começa em aldeias urbanas

Redação | 11/03/2010 08:09

As famílias da aldeia urbana Marçal de Souza são os primeiros indígenas de Campo Grande a receber a vacina contra a o vírus H1N1, a gripe suína. A população indígena e os profissionais da saúde têm prioridade no cronograma de vacinação estabelecido pelo Ministério da Saúde.

A dona de casa Mailde Soares Pereira, de 52 anos, lembrou que antes os índios relutavam aos saber de campanhas de vacinação. "Mas agora estão mais conscientes. Ainda bem que deram prioridade para os índios, que têm baixa imunidade".

Na Capital, outras duas comunidades indígenas vão receber a imunização. Segundo a Secretaria de Sáude, hoje mais de 2,8 mil indígenas vivem em Campo Grande, e estão inseridos na primeira etapa da camapnha, de 8 a 19 de março.

Na tarde desta quinta será a vez dos índios que vivem no Jaridm Noroeste e amanhã na aldeia Urbana Água Bonita, que tem famílias das etnias guarani, terena e ofaié.

Nessa fase, os índios, por conta da baixa imunidade, e profissionais da saúde, serão imunizados. A vacinação ocorre agora pela proximidade do inverno.

"A vacina não impede a gripe, mas diminui as complicações", explica Mariah Barros, gerente técnica de Doenças Imunoprevisíveis.

Na aldeia urbana Marçal de Souza, que tem 168 famílias, a meta é vacinar os 700 moradores. O trabalho ocorre na Escola Municipal Sulivan Silvestre.

Um problema na divulgação da campanha também levou não-índios ao local, mas eles tiveram de voltar sem a vacina.

A cacique Eni Terena diz que será a último a ser vacinada na manhã de hoje, "para garantir que todo mundo vai tomar a vacina", justifica.

Ela lembra que a vacina é proteção, e lembra que os tempos modernos são bem diferentes daqueles em que os índios viviam na floresta longe dos males do "homem branco".

A terena Italete Moreira Pereira, de 21 anos, vai ser imunizada durante a gestação. Ela está grávida de seis meses. "Fui avisada pelo agente de saúde e vim", comentou.

Já Denir Silva Souza Santos, de 35 anos, diz que só soube da vacinação pela imprensa. "O agente nem vai na minha casa para ver mosquito de dengue", protestou sobre a falta de informação pelos agentes de

saúde que trabalham na região.

O agente Hermínio Nimbu, também indígena, garante que passou por todas as residências, reforçando a necessidade de imunização .

Além da vacina, o Ministério da Saúde enviou 111 mil comprimidos do antiviral fosfatop Oseltamivir, conhecido com Tamiflu. A quantidade é suficiente para 11 mil tratamentos.

Em Mato Grosso do Sul, 73 pessoas contraíram a gripe suína no ano passado, sendo que 18 morreram. No Brasil, foram 1,7 mil mortes.

Índios somente - Alguns "brancos" que moram nas proximidades da aldeia tentaram ir até a escola para receber a dose da vacina, mas foi explicado pelos funcionários da Sesau que o calendário para não-índios acontece nos próximos meses.

"O agente foi na minha casa e avisou que todos seriam vacinados, minha irmã até foi buscar as crianças na escola para ser vacinadas", reclama Cleide dos Santos Serpa, 39, que foi avisada da restrição logo que chegou à escola. "Perdi a manhã e meus sobrinhos vão perder aula", criticou.

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