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Cidades

Vídeo mostra enxurrada e dificuldade para impedir morte

Redação | 10/03/2009 15:51

Um dia após a morte de Alair Fátima de Oliveira, de 44 anos, que sofreu um infarte ao ver a casa alagada no Jóquei Clube, a vizinhança conta revoltada que além do alagamento provocar o ataque, a situação em que estava a rua dificultou o socorro à mulher.

Na casa da família, na rua das Hortênsias, ainda é possível ver roupas e móveis erguidos na varanda. O local permanece fechado, pois o marido e as duas filhas de Alair estão no velório. Uma delas completa 14 anos de idade amanhã.

Vizinha da vítima há 20 anos, Valéria Regina Scantamburgo, de 37 anos, relata que a vizinha passou mal assim que percebeu a situação em que ficou a casa. Logo o socorro foi acionado, com chamado ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Ao chegar ao local, a viatura sequer conseguiu chegar até a casa da vítima e teve que estacionar na esquina. Valéria conta que o Samu precisou acionar uma viatura de suporte, e "os homens que trabalhavam no socorro passaram pela rua com a água até a cintura", diz.

Ela acredita que o atraso no socorro, provocado pelo alagamento na rua, foi mais um agravante na morte de Alair. "Tiveram que deixar a viatura na esquina, não dava para passar aqui", lembra.

O vídeo (veja no fim da matéria) feito por um dos moradores mostra o ponto onde o Samu teve de parar, diante do rio formado na rua das Hortênsias.

Problemas - Segundo informado por moradores da rua, o alagamento no local não é problema recente. Mas, agravou-se bastante após as obras na Via Morena. Com a retirada dos trilhos do local, a enxurrada que escorre da Vila Progresso não tem nenhum impedimento, nem terra para permeabilidade. Com isso, desce toda para a rua das Hortênsias.

Em frente à casa de Alair existe uma galeria, mas com um espaço muito pequeno para escoar a água. No local, há ainda doze bocas de lobo, seis de cada lado da rua. Mas, a tubulação existente no interior do escoadouro é uma só, e não suporta o grande volume com a enxurrada.

Quando a chuva começa, os moradores abrem a grade de proteção para escoamento e tentam impedir o alagamento. Mas, ocorre justamente o contrário, pois sem proteção os bueiros acabam entupidos com sujeira e entulhos que são levados pela chuva, depois de serem despejados por moradores da região em locais desapropriados.

Rotina - Jackeline Cutija, de 28 anos, mora ao lado da casa onde a mulher morreu. Ela conta que todos os anos sofre com o alagamento no local, e lembra que no ano passado a vizinha havia se mostrado no limite. "Ela deu uma entrevista e disse que não agüentava mais", conta.

Ontem na hora da chuva, ela fez fotos da situação em que fica sua casa. Nas paredes dos cômodos dos fundos, estão as marcas dos 'furos' feitos na tentativa de escoar a enxurrada que invade a residência.

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