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Cidades

Violência sexual foi estopim para morte de arquiteta

Redação | 23/08/2010 12:17

Uma violência sexual, que levou ao fim do casamento e, por consequência, ao assassinato da arquiteta Eliane Nogueira. A ordem dos fatos sobre a provável causa do crime foi narrada por Rosana Lopes Melo Nogueira, cunhada da vítima, durante a primeira audiência sobre o caso, realizada hoje na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

Ao todo, foram ouvidas 16 testemunhas. Por ser menor de idade, o filho de Eliane foi ouvido de forma reservada. Já o empresário Luiz Afonso dos Santos Andrade, marido da vítima e acusado pela morte, foi até o Fórum, mas não participou da audiência. Ele nega a autoria do crime.

Confidente de Eliane, Rosana foi a segunda a prestar depoimento. Ela contou que a vítima decidiu terminar o casamento com Luiz Afonso depois de uma relação sexual sucedida por violência.

Conforme a cunhada, Eliane relatou que o marido introduziu à força "a mão ou um objeto" em seu ânus e vagina. Após a prática que a testemunha definiu como estupro, Eliane resolveu colocar um ponto final no casamento, marcado por brigas e ciúmes. "O estupro foi um mês antes do crime", conta Rosana.

Irmão da vítima, Wladimir Esteves Nogueira, afirma que Eliane foi morta porque Luiz Afonso não aceitou a separação. Responsável pelo inquérito policial, o delegado Wellington Oliveira, da 4ª Delegacia de Polícia Civil, aponta que o marido apresentava postura egoísta em relação à esposa.

"Ele estava moldando a Eliane". Com o incentivo de Luiz Afonso, a arquiteta alisou os cabelos, fez tratamento dentário e colocou próteses de silicone nos seios. De origem humilde, ela foi a primeira pessoa da família a concluir ensino superior.

Na polícia, o casamento tumultuado deixou boletins de ocorrência de lesões mútuas. "Ele bateu nela e ela o arranhou para se defender. Depois, tentou fugir para a sacada do apartamento vizinho e ele disse que minha irmã tentou se matar", conta Wladimir. Já a violência sexual não foi denunciada.

Dinheiro - Wladimir conta que antes do casamento, o então cunhado se mostrava gentil e fazia questão de pagar as contas. Contudo, após a união, Luiz Afonso não tinha dinheiro para nada. Inclusive, a arquiteta financiou o veículo Polo que já tinha pago para entregar o dinheiro ao marido.

Para Wladimir, o cunhado vivia de movimentações financeiras, que consistia em abrir empresas, captar recursos e pedir falência. Porém, afirma que duas semanas antes do casamento a irmã descobriu que Luiz Afonso tinha relacionamento com outra mulher e Eliane proibiu as viagens.

Questionado pelo advogado do acusado, Ruy Lacerda, ele não soube dizer em que Estado as empresas foram abertas. A polícia solicitou quebra do sigilo bancário para verificar a situação financeira do acusado. O delegado aponta que não recebeu as informações, mas acredita que o dado seja anexado ao processo na justiça.

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