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Em Pauta

Cirurgia bariátrica, a opção de perda de peso subutilizada

Mário Sérgio Lorenzetto | 01/10/2020 06:32
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O homem mais gordo do mundo supera a covid-19. Há três anos, o mexicano Juan Pedro Franco recebeu o recorde Guinness de homem mais gordo. Seus 594 quilos garantiram o "prêmio". Na verdade, um problema. Franco estava a sete anos na cama sem poder se mexer. Tinha todas as doenças inerentes a seu peso - hipertensão, diabetes....
A ajuda chegou com um médico que aceitou operá-lo gratuitamente. Depois de 400 quilos a menos (e outros 70 de pele que serão retirados), Franco teve covid-19. Durante 22 dias sentiu dores corporais, de cabeça, febre e outros sintomas. Agora, começa a realizar tarefas simples em sua casa. Consegue varrer e lavar os pratos. A cirurgia bariátrica salvou sua vida.
As taxas crescentes de obesidade entre os brasileiros são evidências claras de que mesmo com as melhores intenções e motivações muito fortes, muitas vezes não são suficientes para as pessoas perderem peso. Mas para aqueles que podem superar o medo de uma cirurgia e conseguir o dinheiro ou o pagamento pelo plano de saúde, há uma opção que os especialistas dizem que é muito subutilizada. Essa opção é a cirurgia bariátrica, uma abordagem que agora é bem mais simples, segura e eficaz do que na década de 1990, quando surgiu.

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Só 1% faz a cirurgia bariátrica.

Em um estudo mundial, apenas 1% das pessoas que poderiam passar por uma cirurgia bariátrica se submetem a ela. A cirurgia bariátrica é geralmente considerada uma opção de tratamento para pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) de 40 ou mais e que não conseguiram perder peso apenas com dieta ou exercício. Também é recomendada para pessoas com graus menores de obesidade: IMC de 30 a 35, desde que tenham condições médicas relacionadas à obesidade.


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Relutância de médicos e de pacientes.

A subutilização dessa cirurgia é atribuída à relutância dos médicos e dos pacientes em aceitá-la como um tratamento seguro, eficaz e durável da obesidade. Os pacientes costumam relutar com receio de serem julgados pelos outros por escolherem o "caminho mais fácil" e não terem força de vontade para fazerem dieta e exercícios. Embora a força de vontade seja uma ferramenta inadequada para milhões de pessoas que lutam contra a obesidade, muitos podem se sentir um fracasso se optarem pela cirurgia. No entanto, esse estigma pode ser totalmente falso e impede as pessoas não só conseguir a tão almejada perda de peso, mas também uma melhoria significativa da saúde física, mental e até melhorar a longevidade.


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As técnicas da bariátrica.

A técnica bariátrica original, chamada de desvio gástrico em "Y" de Roux, reduz o estômago ao tamanho de um ovo e desvia a maior parte do intestino delgado para limitar a absorção calórica. No entanto, essa técnica vem dando lugar a uma operação denominada "gastrectomia vertical". Ela tem menos complicações e os resultados tendem a ser mais duradouros. De acordo com os estudos dos norte-americanos, apenas 1,5% dos pacientes que se submeteram à técnica "gastrectomia vertical" (85% do estômago é removido, resultando em uma bolsa em forma de banana) tem necessidade de voltar ao hospital para uma reoperação. Já a técnica original - desvio gástrico em Y de Roux - leva 7,7% dos pacientes de volta ao hospital. Há, ainda, uma terceira técnica - denominada "cirurgia de banda", em que uma faixa é colocada em volta do estômago, dividindo-o em duas bolsas.  Essa terceira possibilidade operatória leva de volta ao hospital 15,3% dos pacientes que a ela se submeteram.

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