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Em Pauta

O abismo de orgasmos entre homens e mulheres

Mário Sérgio Lorenzetto | 30/06/2018 10:25
O abismo de orgasmos entre homens e mulheres

Há uma nova onda feminista no mundo. Se antes, cobravam direitos iguais no mundo do trabalho e nas funções em seus lares, hoje aspiram pela inexistência do assédio e pelo desfrute da mesma quota de prazer na cama. Elas passaram a entender que há um abismo orgásmico entre homens e mulheres.
Segundo um estudo sobre a frequência dos orgasmos, publicado no Archives of Sexual Behavior, em janeiro de 2018, as mulheres heterossexuais são o grupo que menos orgasmos consegue, já que apenas 65% das vezes que mantêm relações chegam ao clímax. Contrariamente, no primeiro posto, estão os homens heterossexuais, com uma porcentagem de orgasmos de 95%, os seguem os gays (89%), os homens bissexuais (88%), as lésbicas (86%) e as mulheres bissexuais (66%).
Nada mais distante da verdade é o velho ditado de que "não existem mulheres frígidas, e sim homens inexperientes". Cada um é responsável pelo seu próprio prazer. Mas é certo que o corpo feminino é mais "complicado" (seria mais correto dizer "sofisticado") e requer mais treinamento para seu "manejo". Também é verdade que a capacidade de desfrute não depende só da genética, biologia ou fisiologia; e sim da cultura, do entorno em que cada pessoa vive. Pais felizes fazem filhos felizes e sociedades enfermas, puritanas e com má relação com o sexo fazem mulheres e homens anorgásmicos, aqueles que vivem - mal - sem orgasmos.

O abismo de orgasmos entre homens e mulheres

Ganhando cãibras musculares com a masturbação.

A cidade de Londres do século XIX era um centro médico de excelência para as mulheres. Uma enorme quantidade delas era diagnosticada com "histeria". Em verdade, não sabiam diagnosticar coisa alguma, histeria era apenas uma palavra para explicar uma imensa gama de problemas femininos como irritabilidade, ansiedade, choro, falta ou excesso de apetite. Até que surge um médico de nome Robert Dalrymple. Ele introduz uma novidade no tratamento das "histéricas". Fazia massagens vaginais nas pacientes, por acreditar que os problemas femininos estavam no útero. A tese era a de algum deslocamento do útero. As mulheres gostaram do tratamento. A clientela de Dalrymple cresceu e ele teve de contratar uma auxiliar. O jovem doutor Mortimer Granville, acaba tendo cãibras musculares nas mãos e braços devidas ao enorme número de "histéricas" que apareciam no consultório procurando pelo novo tratamento. Dalrymple e Granville estavam à beira da exaustão com a quantidade de massagens vaginais que praticavam diariamente. Foram salvos por Edmund St John-Smythe que inventou um massageador elétrico.

O abismo de orgasmos entre homens e mulheres

Ganhando dinheiro com a masturbação.

Londres vivia um turbilhão. Mulheres passaram a lotar todos os consultórios médicos da cidade à procura da cura pelas massagens clitorianas. Quase todos os médicos da cidade que praticavam "A Massagem" estavam com LER - lesão por esforço repetitivo. Como a necessidade é um dos maiores impulsos humanos, o tratamento manual se aperfeiçoou e passou a ser feito com um instrumento - o vibrador.
O The Manipulator foi o primeiro vibrador patenteado da história. Era 1869. O médico norte americano George Taylor criou esse vibrador, que era movido a vapor.

O abismo de orgasmos entre homens e mulheres

Depois do The Manipulator, vários outros vibradores foram lançados movidos a manivela, ar comprimido, a bateria e eletricidade.

O abismo de orgasmos entre homens e mulheres

Movido a manivela

O abismo de orgasmos entre homens e mulheres

Movido a manivela

O abismo de orgasmos entre homens e mulheres

Movido a manivela

O abismo de orgasmos entre homens e mulheres

Movido a ar comprimido

O abismo de orgasmos entre homens e mulheres

Movido a bateria

O abismo de orgasmos entre homens e mulheres

Movido a eletricidade

O abismo de orgasmos entre homens e mulheres

Ensinando a ter orgasmos chega à internet. E fatura milhões.

Não há silicone, luzes artificiais e uma trilha sonora brega. O vídeo não pretende levar ao prazer rápido de quem o assiste, mas sim ensinar a ter orgasmos. Ao longo da gravação, explicam passo a passo as técnicas enquanto a câmera mostra quais são os movimentos e a intensidade corretos. Há 62 produções disponíveis para assinantes da OMGYes (Oh Meu Deus, Sim!, em tradução livre), plataforma online cujo objetivo é estudar e compartilhar o conhecimento sobre o prazer feminino. Criaram esse site após a realização de pesquisas com mais de 2 mil mulheres. As mulheres que aparecem são reais - e não atrizes. Elas compartilham suas histórias e demonstram suas técnicas.
O tema é um tabu tão grande que nem os cientistas tinham estudado as diversas maneiras de dar prazer às mulheres.
Os resultados da pesquisa desafiam a noção errada, porém comum, de que existem movimentos sexuais que funcionam para todas. Enfatizam que querem estudar o prazer sexual, e não apenas os problemas sexuais. Segundo essa pesquisa, publicada no Journal of Sex and Marital Therapy, somente 18% das mulheres afirmam que o sexo com outra pessoa é suficiente para atingir o clímax. Cerca de 36% acredita ser necessário estimular o clítoris durante a relação sexual para conseguir ter um orgasmo. Outras 36% concluíram que a estimulação não é essencial, mas torna o orgasmo ainda mais prazeroso.
Ainda sobre essa pesquisa. A cada dez das mulheres consultadas, oito gostam dos estímulos por meio de movimentos circulares. Nove apreciam a concentração dos estímulos em um só ponto. Seis empregam a repetição, criando um ritmo que as guie até ao clímax.
Para acessar o site é preciso assinar o serviço. Custa US$15. O preço não é uma mensalidade, permite que os visitantes visitem o conteúdo quantas vezes desejarem.

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