Ambientalistas salvam anta de atropelamento em rodovia perigosa de MS
Cena mostra o risco de animais silvestres que saem em busca de comida e acabam morrendo
RESUMO
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Ambientalistas evitaram atropelamento de anta na MS-339, entre Miranda e Bodoquena. O animal foi flagrado comendo bocaiuva às margens da rodovia, considerada perigosa devido ao fluxo de veículos. A intervenção, registrada nesta sexta-feira (12), foi motivada por alerta de leitor via canal Direto das Ruas. A anta, importante dispersora de sementes e contribuinte para a regeneração florestal, está ameaçada por atropelamentos. Segundo a Incab, cerca de 100 antas morrem por ano em rodovias de Mato Grosso do Sul, concentrando-se 80% dos casos nas MS-040, BR-262 e BR-267. O ciclo reprodutivo lento da espécie agrava o impacto das mortes, podendo levar à extinção local.
Na manhã desta sexta-feira (12), uma anta foi flagrada às margens da MS-339, no trecho entre Miranda e Bodoquena, enquanto se alimentava de bocaiuva. Para evitar que o animal atravessasse a pista, considerada perigosa, ambientalistas intervieram. Esse caso foi sugerido por leitor que enviou mensagem pelo canal Direto das Ruas.
“Afastei a anta da travessia porque essa estrada é perigosa”, relatou Ângelo Rabelo, presidente do IHP (Instituto Homem Pantaneiro). “Nós ficamos parados tentando tirá-la da pista. Inclusive, um carro diminuiu; o motorista nos cumprimentou e ficou feliz por ter participado do gesto.”
A bocaiuva é um dos alimentos que compõem a dieta da espécie, que também inclui folhas, brotos, caules, flores e cascas de árvores. Importantes dispersoras de sementes, as antas contribuem para a regeneração das florestas ao espalharem sementes por meio de suas fezes. Uma fêmea pode chegar a 300 quilos, medir até 2 metros de comprimento e atingir 1,10 metro de altura.
Apesar da importância ecológica, a sobrevivência da espécie é ameaçada por atropelamentos em rodovias. De acordo com a Incab (Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira), o ciclo reprodutivo lento torna cada morte ainda mais impactante para a população, podendo levar a declínios significativos ou até mesmo à extinção local.
Um levantamento da organização, realizado entre março de 2013 e março de 2020 em 34 rodovias de Mato Grosso do Sul, revelou que, em média, 100 antas morrem por ano no Estado. Desse total, 80% das ocorrências se concentram em três rodovias: MS-040, BR-262 e BR-267.
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