ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 31º

Direto das Ruas

Golpistas que dizem ter loja no Camelódromo fazem vítimas em todo o Brasil

Com muitos seguidores no Instagram e "atendimento de excelência", produtos prometidos nunca foram entregue

Maurício Ribeiro | 30/07/2021 12:08
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade


Produto desejado, preço tentador e ótimo atendimento. A trinca perfeita para atrair uma legião de clientes é a estratégia adotada por golpistas que usam nome do Camelódromo de Campo Grande para fazer vítimas em todo o Brasil.

No Instagram, o perfil da HM Store tinha mais de 40 mil seguidores e exibia itens como copos, caixas de som e vídeo games a preços imbatíveis. Na capa, frases do tipo “Compre com quem tem referências”, “No mercado desde 2019” e “Enviamos para todo o Brasil”, aliadas a uma foto de três pessoas uniformizadas, bem vestidas em frente a suposta loja física, reforçava a imagem de empresa séria e comprometida com a realização dos sonhos de seus clientes.

“Meu sócio e eu estávamos procurando quem vendesse os copos em grandes quantidades para a gente pudesse revender. Encontrei o perfil deles no Insta e comecei a seguir, eles faziam publicações todos os dias. Como tinham um preço ótimo e passavam bastante confiança, resolvi fazer contato e abrir negociações”, explica a autônoma Joyce Suprane, de 25 anos, moradora de Marabá-PA.

“Após breve conversa já pelo Whatsapp com um número com DDD 67, no dia 16 de julho, uma pessoa que se identifica pelo nome Andressa, me mandou fotos dos produtos, falou das opções de cores e formas de pagamento e, pela quantidade que eu queria, me ofereceu até frete grátis. Não pensei duas vezes, no dia 17 fechei negócio. Encomendei 10 copos que custaram quase R$1.200. Me pediram prazo de 8 dias úteis, me passaram código de rastreamento e se mostram muito prestativos”, detalhou ela.

Com o passar dos dias, o código de rastreio não evoluía e Joyce começou a se preocupar. "Quando acabou o prazo de oito dias pedidos para a entrega, resolvi entrar em contato com eles e aí não atendiam, não respondiam mensagens, passei a manhã inteira tentando falar com alguém e por fim, tiraram o perfil do Instagram do ar. Fiquei desesperada”, conclui.

No Camelódromo, perguntamos se alguém podia nos indicar onde ficava a HM Store, não tivemos sorte nas primeiras tentativas, até conversar com a administração do Centro Comercial e adivinha? “É golpe””, informou Paula de Souza (38), secretária administrativa.

“Eles se aproveitam do nome e tradição que tem o Camelódromo e trazem um elemento a mais para o discurso deles, alegando ter loja física aqui”, diz ela. “Infelizmente, não são casos isolados. Ainda essa semana uma moça entrou em contato com a gente para confirmar se a loja estava em funcionamento, se era daqui mesmo, aí expliquei a ela do que se tratava. Agradeceu e falou que quase foi enganada. Outra disse o que precisava, indiquei um de nossos lojistas que trabalha com envio para todo Brasil e também se livrou de cair em um golpe. Mas no sábado, veio uma senhora aqui que o marido perdeu 3 mil reais”, recorda Paula.

Para evitar mais vítimas e engrossar as estatísticas de golpes na internet, o lojista Muriel Yida (27) diz que é fundamental que o cliente desconfie de ofertas muito absurdas. “Não dá pra fazer milagres. Pesquise bastante sobre o produto desejado e compare preços. Se encontrar valores muito abaixo do que a maioria, fuja”, pontua ele. “Esses caras do HM começaram a agir há uns dois meses. Logo que surgiram, um amigo meu entrou em contato pra sondá-los e ver o que ele falariam. Tem um aparelho que a gente vende aqui, eles estavam pedindo muito menos do que a gente paga. Como pode?”

Lojistas do Camelódromo de Campo Grande dão dicas de como se blindar de golpes na internet. (Foto: Kísie Ainoã)
Lojistas do Camelódromo de Campo Grande dão dicas de como se blindar de golpes na internet. (Foto: Kísie Ainoã)

O atendente João Marcos Barduzi (21) também chama atenção para os riscos que o excesso de confiança traz. “É algo que desde sempre deveria ser observado mas, principalmente, agora na era do pix, onde o dinheiro é transferido em tempo real. Não pague nada, não transfira valor algum para alguém que você não viu, não conhece, sem que tenha recebido o produto. Na internet, por trás de uma tela, todo mundo pode fingir ser e ter o que bem entende. A gente precisa denunciar perfis assim. Se vir algum perfil com propaganda enganosa, que tenha cheiro de golpe, denunciem. Se todo mundo tivesse denunciado esse perfil logo que ele apareceu, muita gente teria sido poupada ”, conclui ele.

A administração do Camelódromo informa que está à disposição para tirar dúvidas  e atender aos clientes pelo WhatsApp (67) 99245-2306.

Direto das Ruas - A informação chegou ao Campo Grande News pelo canal Direto das Ruas, meio de interação do leitor com a redação.

Quem tiver flagrantes, sugestões, notícias, áudios, fotos e vídeos pode colaborar no WhatsApp pelo número (67) 99669-9563.

Clique aqui e envie agora uma sugestão. Para que sua imagem tenha mais qualidade, orientamos que fotos e vídeos sejam feitos com o celular na posição horizontal.

Nos siga no Google Notícias