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Direto das Ruas

Pacientes relatam demora de até 6h para atendimento na UPA Universitário

Sesau diz que a equipe chegou a atender 30 pacientes por hora

Por Kamila Alcântara e Clara Farias | 11/11/2024 16:12
Entrada da UPA Universitário com grande movimento (Foto: Clara Farias)
Entrada da UPA Universitário com grande movimento (Foto: Clara Farias)

Pessoas que buscaram ajuda médica na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário, em Campo Grande, relataram demora de até 6 horas para serem atendidos, nesta segunda-feira (11). As reclamações chegaram pelo Direto das Ruas e foram contatadas pela reportagem em visita ao local.

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Pacientes da UPA Universitário em Campo Grande relataram longos tempos de espera, chegando a 6 horas, para receberem atendimento médico nesta segunda-feira (11). As reclamações incluem a demora na triagem, falta de clareza na classificação de risco e a percepção de que casos menos graves são priorizados. A reportagem questionou a Sesau sobre a lotação, mas não obteve resposta até o momento.

Ao Campo Grande News, a auxiliar de limpeza Maria Rosa, de 59 anos, disse que deu entrada às 10h, com pressão arterial em 18 por 11 e com fortes dores de cabeça. “Foram duas horas só para me chamarem na triagem, agora são quase três da tarde e eu ainda não fui chamada para a consulta com o médico”, relatou.

Ela entende que existem casos mais graves, mas que essa classificação de risco (Manchester) precisa ser mais clara. “Passamos pela triagem sem saber qual a nossa situação, sem uma expectativa de quando seremos atendidos”, completou Maria.

Maria Rosa aguarda pelo atendimento na UPA Universitário (Foto: Clara Farias)
Maria Rosa aguarda pelo atendimento na UPA Universitário (Foto: Clara Farias)

Já Danielle Aparecida Neves, que é profissional autônoma, possui histórico de cardiopatia, faz uso de remédio para controle, mas suas queixas foram classificadas como uma “crise de ansiedade”. “Eu tenho histórico de problemas cardíacos, minha mãe também é cardiopata e eu não estou passando por problemas psicológicos para ter ansiedade. Cheguei aqui com todo o lado esquerdo dormente e pontada no coração”, conta.

Com os mesmos sintomas, a auxiliar de cozinha Dayane Cristina Souza, de 38 anos, foi dispensada do trabalho por perder a força de uma das mãos. “Dei entrada ao meio-dia, porque a minha mão esquerda adormeceu a ponto de derrubar os utensílios, perna adormecida. Vim sabendo que o atendimento é desse jeito, os médicos somem e quando aparecem só chamam umas três pessoas”, lamenta.

Por fim, a vendedora Francielle Aparecida Egues, passou primeiro na UPA Leblon e estava lotado, decidiu ir até o Universitário e a situação estava igual. “Cheguei aqui por volta das 10h40, mas as cadeiras estavam todas ocupadas. A gente falta ao serviço para tentar ter atendimento médico e não conseguimos”, termina.

Entrada principal da UPA Universitário (Foto: Clara Farias)
Entrada principal da UPA Universitário (Foto: Clara Farias)

Em nota enviada à reportagem, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) esclarece que, naturalmente, há um aumento no número de atendimentos nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e CRSs (Centros Regionais de Saúde) 24h de Campo Grande nas segundas-feiras.

"Na UPA Universitário, especificamente, a média de atendimento em dias normais, costuma ser de 13 pacientes por hora, nesta segunda-feira (11/11) atípica, o volume de atendimentos chegou a 30 pacientes por hora. Entre 00h às 16h20, a unidade já registrou 300 atendimentos".

Além disso, a Secretaria reitera que há médicos disponíveis nas unidades e orienta a população a procurar as USFs (Unidades de Saúde da Família) para casos leves e moderados, reservando os serviços de urgência e emergência para situações de maior gravidade e complexidade.

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