ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 32º

Economia

Cesta básica sobe 3,27% em duas semanas da quarentena do coronavírus

Pesquisa de universitários aponta especulação como motivo do aumento, já que não houve desabastecimento em função da pandemia

Helio de Freitas, de Dourados | 06/04/2020 11:19
Produtos hortifrutigranjeiros estão entre os que mais subiram e também caíram de preço em março (Foto: Divulgação)
Produtos hortifrutigranjeiros estão entre os que mais subiram e também caíram de preço em março (Foto: Divulgação)

Pesquisa mensal feita por acadêmicos do curso de ciências econômicas da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) encontrou alta de 3,27% no preço da cesta básica em Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande.

Depois de duas semanas de quarentena por causa da pandemia do novo coronavírus, os pesquisadores acreditam que a especulação por parte de fornecedores e comerciantes tenha provocado a alta. Nesse período não houve problema de desabastecimento por falta de transporte ou aumento da demanda, o que poderia justificar a alta.

A pesquisa leva em conta a cesta básica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), formada por açúcar, arroz, banana, batata, café, carne, farinha de trigo, feijão, leite, margarina, óleo de soja, pão francês e tomate.

Para comprar todos esses produtos em março, o trabalhador douradense gastou R$ 427,42, o equivalente a 40% do salário mínimo de R$ 1.045,00. No mês anterior, o gasto foi de R$ 413,89. A pesquisa constatou que o preço de alguns produtos aumentou já no início da quarentena.

“Comparado com Campo Grande, onde o preço da cesta no mês de março foi de R$ 474,53, a cesta douradense é menor. Entretanto, desta vez o preço da cesta básica douradense superou aos preços praticados em cinco capitais estaduais do país – Natal, Belém, João Pessoa, Salvador e Aracaju", afirma o coordenador da pesquisa, o professor Enrique Duarte Romero.

No mês passado, o trabalhador douradense precisou de 89 horas e 59 minutos para comprar todos os itens da cesta básica, o que representou perda do poder de compra em comparação a fevereiro deste ano.

Dos 13 produtos que compõem a cesta básica, sete apresentaram aumento. O tomate subiu 18,58%, a manteiga teve alta de 14,20% e a banana ficou 13,20% mais cara. Outros produtos que também aumentaram de preços foram o feijão (10,17%), café em pó (9,65%), farinha de trigo (0,24%) e a carne (0,22%). Tomate, manteiga e banana tiveram alta pelo segundo mês consecutivo.

Outros seis produtos registraram queda de preços em março: batata (5,91%), arroz (1,51%), o leite (1,36%), açúcar (0,79%), pão francês (0,58%) e óleo de soja (0,53%). “O que chamou a atenção foi o comportamento do pão francês cuja principal matéria-prima, a farinha de trigo, que é importada continua com uma estabilidade apesar da valorização do dólar”, afirma o professor Enrique.

Ele orienta o consumidor douradense a pesquisar os preços nos supermercados de Dourados. A diferença entre o estabelecimento que praticou o preço mais elevado (R$ 464,70) e o menor (R$ 397,98) foi de 16,76%, ou seja, R$ 66,72.

Nos siga no Google Notícias