Chuvas geraram 20% de perdas em lavouras, estimam sindicatos de MS
Com colheita inicial prevista de 50 sacas por hectare de soja, a produtividade em algumas regiões de Mato Grosso do Sul ficou até 20% abaixo do estimado devido as chuvas que atrapalharam a retirada do grão.
A reportagem do Campo Grande News conversou com alguns presidentes de Sindicatos Rurais do Estado que alegam ainda não ter os dados finalizados, mas que confirmam que houve quebra de safra.
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Em Laguna Carapã, por exemplo, a produtividade de sacas por hectare é de 42 a 45 sacas na safra 2015/16, queda de 19% em relação a safra passada, em que a média colhida foi de 52 sacas por hectare.
De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Laguna Carapã, João Firmino Neto, houve perda de 20% do que se colheu, em relação ao excesso de chuva. "Fizemos uma reunião há duas semana com produtores, cooperativas e nos foi passado que houve quebra de safra, sendo que foi colhido de 42 a 45 sacas por hectare, ou seja, bem menos do que na safra passada", informou.
Conforme Neto, por causa das chuvas em excesso, os produtores não conseguiram colocar a máquina no campo para colher e quando as chuvas paravam, o grão já estava podre. "O IBGE vai estar no município fazendo um levantamento das perdas, mas acho que a quebra de safra no município vai ficar nessa média", avaliou.
Já em Naviraí, o presidente do Sindicato Rural, Yoshihiro Hakamada, não tem média de áreas que foram prejudicadas com a chuva, mas pontua que houve perdas. "Sabemos que teve produtor que perdeu 10% de área, pois a soja ficou avariada, apodreceu no pé", comenta.
Em Caarapó, a estimativa de produtividade no início da safra era de 55 hectares de soja por hectare, mas, de acordo com o presidente do Sindicato Rural, Antônio Umberto Maran, isso não vai se efetivar. "Se fechar em 50 sacas por hectare é muito. A chuva atrapalhou muito nossa região durante a colheita, tivemos perdas significativas", alega.
Dados estão sendo levantados no município e conforme Maran, apenas na quarta-feira (13) vai poder ter algo mais preciso.
Qualidade – Em Maracaju, conforme o pesquisador da Fundação MS, Carlos Pitol, a produtividade foi de 52 sacas de soja por hectare, porém, a qualidade do grão ficou comprometida. "Não temos um dado finalizado, porque muita soja ficou armazenada na lavoura que ainda não foi colhida devido a umidade, mas houve perda de qualidade e quantidade", comenta.
Pitol explica que na safra passada, foram colhidas 53 sacas por hectare. "Cada ano, os produtores têm que lidar com problemas, no ano passado, foi o veranico, este ano, as chuvas constantes", avalia.
No início da colheita em Maracaju, os produtores estavam colhendo 60 sacas por hectare, mas com as chuvas, a média caiu. "O prejuízo só não é maior porque os produtores estão conseguindo vender os grãos misturados", afirma o pesquisador.
Segundo a Expedição Safra que percorre todos os Estados fazendo levantamento da colheita, Mato Grosso do Sul teve safra maior em relação ao ano passado, mas houve quebra de produtividade.
A Aprosoja/MS (Associação dos produtores de soja de MS) vai divulgar os dados da colheita que ainda não foi finalizada, nesta terça-feira (12).