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Economia

Com soja estocada, agricultores terão que pagar por armazenar milho

Renata Volpe Haddad | 07/06/2017 11:53
Produção de milho deve ser recorde na safra 2016/2017, com expectativa de 9,180 milhões de toneladas em MS. (Foto: Aprosoja/MS)
Produção de milho deve ser recorde na safra 2016/2017, com expectativa de 9,180 milhões de toneladas em MS. (Foto: Aprosoja/MS)

Preços baixos estão fazendo com que os agricultores segurem a comercialização dos grãos, esperando que o mercado financeiro reaja. Enquanto isso, o milho que começa a ser colhido na segunda quinzena de junho em Mato Grosso do Sul, não terá lugar para ficar estocado já que a previsão é de safra recorde com 9,180 milhões de toneladas.

Os silos do Estado têm capacidade de armazenar 8 milhões de toneladas de grãos, mas quase 50% ainda está ocupado com a soja. 

De acordo com o analista econômico da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de MS), Luiz Gama, na primeira semana de junho, o preço médio do milho teve queda de R$ 1,30. "A saca de 60 quilos está sendo comercializada a R$ 19, em maio o valor era de R$ 20,30. Essa queda deve-se as cotações internacionais que estão em um momento de baixa. Há também uma expectativa de que os Estados Unidos tenham uma safra boa", explica.

A comercialização do milho segue travada, em 15,11%. No mesmo período do ano passado, o índice era de 50,15% de comercialização, ou seja, retração de 35%. "Os produtores estão segurando porque o preço está baixo, porém, quando começar a colher, vão ter que armazenar os grãos em silos, mas no momento, todos estão ocupados com soja, que também está com a comercialização travada. A solução será armazenar em silos bags", define.

Com relação a soja, 56% dos grãos foram comercializados. Neste mesmo período do ano passado, esse número era de 77%. A saca é comercializada a R$ 55 na primeira semana de junho, queda de R$ 2 em relação a maio.

MS tem capacidade de armazenar 8 milhões de toneladas de grãos. (Foto: Aprosoja/MS)
MS tem capacidade de armazenar 8 milhões de toneladas de grãos. (Foto: Aprosoja/MS)

Armazéns - Com silos em Naviraí, Dourados, Itaquiraí, Maracaju, e Deodápolis, a empresa Copasul diz que está liberando alguns armazéns, para que possa receber o milho.

Segundo o supervisor de armazenagem da Copasul, João Carlos Pereira de Melo, a previsão é de liberar a capacidade de 1 milhão de sacas. "Já estamos fazendo embarques para levar a soja para os portos que foi comercializada e assim liberar os silos", comenta.

A Copasul tem capacidade de armazenar 3 milhões de toneladas. Atualmente, 1,5 milhão está ocupado com a soja. "Acredito que não vá ter problema para armazenar esses grãos. Ano passado restou no armazém apenas 200 mil sacas de soja, este ano está diferente porque o preço está baixo e os produtores seguram até quando podem", explica.

Em São Gabriel do Oeste, a empresa Aurora terminou de preparar um silo com capacidade de 400 mil toneladas, então começa a receber os grãos nesta safra. Este é o único silo da empresa.

No dia 25 de maio, o presidente da Aprosoja, Christiano Bortolotto, afirmou em coletiva de impresa, que a situação de armazenagem é preocupante. "Mato Grosso do Sul tem capacidade de armazenar 8 milhões de toneladas. Ainda há estocado 4 milhões de toneladas de soja. Esperamos uma safra de milho de 9 milhões de toneladas, assim há um déficit de 5 milhões de toneladas em relação ao estoque. Isso é preocupante, porque não tem cenário de movimentação da soja para os portos e o milho também, devido aos preços", analisa.

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