Depois de China e Egito, Chile anuncia suspensão de embargo à carne nacional
Outro importante importador de carne sul-mato-grossense, o Chile também anunciou a liberação da entrada dos produtos brasileiros em seu território neste sábado (25). A informação foi confirmada pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) em nota assinada pelo titular da pasta, Blairo Maggi.
Segundo o texto, o Serviço Agrícola e Pecuário do país latino-americano manterá suspensa apenas a entrada de cortes bovinos, suínos e aviários apenas das 21 unidades frigoríficas investigadas pela Polícia Federal no âmbito da operação Carne Fraca.
Em entrevista coletiva na Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária) no último dia 20, o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, afirmou quw China e Chile são os principais parceiros comerciais do setor no estado.
Imagem ruim - O trabalho da Polícia Federal apurou o envolvimento de fiscais do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) em um esquema ilegal de liberação de licenças e fiscalizações irregulares em frigoríficos.
Foi constatado que parte das empresas, algumas pertencentes a grandes redes como BRS e JBS, usavam produtos químicos para maquiar carnes vencidas e injetavam água para aumentar o peso dos produtos. Fiscais envolvidos evitavam fiscalizações e emitiam certificados.
O problema é que a situação prejudicou a confiança na produção brasileira. A União Europeia e outros 22 países anunciaram embargos a toda produção nacional após a divulgação dos resultados da ação.
Como efeito no estado, seis das sete unidades da JBS em Mato Grosso do Sul, que até o momento não foram relacionadas às irregularidades, tiveram os abates suspensos durante três dias para reduzir em 35% a capacidade total de produção. Ao todo, foram paralisadas as atividades em 33 das 36 filiais em todo o país.
Em Mato Grosso do Sul, a única que continua funcionando é a de Anastácio. Serão paralisadas as duas filiais de Campo Grande e as que estão localizadas em Cassilândia, Naviraí, Nova Andradina e Ponta Porã. Em nota, a empresa diz se comprometer a manter o emprego dos 125 mil funcionários de todas as unidades afetadas.
Após as restrições, o Governo Federal deu início a uma força-tarefa para convencer os importadores de que não há riscos nos produtos, exceto dos frigoríficos investigados.
China e Estados Unidos já haviam anunciado desembargo. A União Europeia, contudo, manteve a decisão em devolver as carnes brasileiras até que uma comissão venha até o país no intuito de visitar unidades produtivas e ver se as medidas restritivas são realmente necessárias.