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Economia

Dólar dispara e bolsa recua com tensão comercial entre Brasil e EUA

Cotação da moeda norte-americana atingiu R$ 5,58 e Ibovespa teve sexta queda seguida

Por Gustavo Bonotto | 14/07/2025 19:01
Dólar dispara e bolsa recua com tensão comercial entre Brasil e EUA
Cédulas do dólar, moeda estrangeira utilizada para transações comerciais no mercado financeiro. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O dólar comercial subiu para R$ 5,58 nesta segunda-feira (14), no maior valor em mais de um mês, após o anúncio de novas tarifas dos Estados Unidos contra produtos brasileiros. A alta da moeda foi puxada por tensões entre os dois países, agravadas pelas ameaças do presidente norte-americano Donald Trump (Republicano). A bolsa de valores brasileira também recuou, com o Ibovespa fechando em queda de 0,65%, aos 135.299 pontos.

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Dólar atinge maior valor em um mês com tensão comercial entre Brasil e EUA. A moeda americana subiu para R$ 5,58 nesta segunda-feira (14), impulsionada pelo anúncio de novas tarifas dos Estados Unidos contra produtos brasileiros. A bolsa brasileira também recuou, fechando em queda de 0,65%. As tensões entre os dois países se agravaram após ameaças do presidente americano, Donald Trump. A decisão de Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, como carne, café e suco de laranja, a partir de 1º de agosto, aumentou a incerteza no mercado. Investidores também aguardam a audiência de conciliação no STF sobre o decreto que elevou as alíquotas do IOF. O governo brasileiro se reuniu em caráter emergencial e estuda regulamentar a lei de reciprocidade. Trump ainda ameaçou impor tarifas sobre produtos de outros países, incluindo Rússia, União Europeia e México.

A valorização do dólar ganhou força no período da tarde, após a abertura dos mercados nos EUA. A cotação chegou à máxima de R$ 5,59 por volta das 15h45. A moeda acumula alta de 2,76% em julho, apesar de registrar queda de 9,67% no ano. A bolsa, por sua vez, teve o sexto pregão consecutivo de perdas, atingindo o menor nível desde 9 de junho.

As incertezas no mercado cresceram com a decisão de Trump de impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A medida atinge itens como mel, carne bovina, café, suco de laranja, petróleo e aeronaves. Parte das cargas já foi embarcada em tentativa de chegar aos EUA antes da cobrança entrar em vigor.

Além da pressão externa, investidores também aguardam, no Brasil, a audiência de conciliação no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o decreto que elevou as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), marcada para esta terça-feira (15).

O governo brasileiro respondeu com uma reunião de emergência no domingo (13), no Palácio da Alvorada, com ministros e o presidente do Banco Central. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que a crise afeta o país como um todo, e não apenas o governo. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) anunciou que um comitê será formado para dialogar com o setor privado e buscar soluções.

A lei de reciprocidade também está no centro da discussão. O governo estuda publicar um decreto até terça-feira para regulamentar a medida. Caso o Brasil reaja com novas tarifas, Trump já avisou que poderá endurecer ainda mais a taxação sobre produtos brasileiros.

As ações de Trump também miram outros países. No fim de semana, ele anunciou tarifas de 30% para produtos da União Europeia e do México, e nesta segunda-feira ameaçou aplicar taxas de até 100% sobre mercadorias da Rússia, caso o país não interrompa os ataques à Ucrânia em até 50 dias.

As novas medidas tarifárias ampliaram a preocupação de investidores com a inflação global. No Brasil, a valorização do dólar pressiona os preços internos e dificulta a queda da taxa básica de juros, atualmente em 15%, o maior patamar em quase duas décadas.

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