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Economia

Dólar e chuva encarecem peru e bebidas e deixam ceia 10% mais cara

Luciana Brazil | 18/12/2014 12:14
Peru e chester alavancam os preços da ceia de Natal em Campo Grande. (Foto: Eliel Oliveira)
Peru e chester alavancam os preços da ceia de Natal em Campo Grande. (Foto: Eliel Oliveira)

A ceia de Natal neste ano vai pesar mais no bolso de quem mora em Campo Grande. Os produtos consumidos habitualmente nas festas de fim de ano sofreram aumento médio de 10,58%, em relação a 2013. Os tradicionais peru e chester, além das frutas, bebidas, incluindo cerveja e refrigerante, e até o panetone, vão encarecer a conta do supermercado, com destaque para os hortifrútis, segundo pesquisa feita pelo Nepes (Núcleo de Pesquisas Econômicas) da Universidade Anhanguera-Uniderp e divulgada hoje (18).

O que mais assusta nessa disparada dos preços são as frutas e legumes, com uma inflação de 25,72%, em média, com destaque para cebola (60,84%), pêssegos (49,63%), ameixas (47,09%) e também para a cenoura (41,32%). Até mesmo as frutas regionais como laranja, abacaxi e uva entraram na lista dos alimentos que ficaram mais caros.

De acordo com o professor e coordenador do Nepes, Celso Correia, informações do setor produtivo de frutas indicam que a alta nos preços foi ocasionada pelo aumento da chuva e pela baixa produção e elevação do dólar. “O salto dos preços é generalizado”, avaliou.

Entre as aves, apenas o peru da marca Perdigão reduziu os preços em -4,73%. Já o frango, o chester e o peru da Sadia tiveram alta de 15,66%, 10,29% e 8,52%, respectivamente. A média da inflação no grupo foi 7,44%.

A carne não poderia ficar de fora desse levantamento preocupante, já que nos últimos meses tem acumulado preços bem “salgados”. Os cortes mais comuns nas ceias, ou mesmo no almoço de Natal, tiveram aumento médio de 16,13% nas gondolas. Os cortes alcatra (26,03%), capa de contra filé (18,93%), picanha (16,45%) e contra filé (3,10%) se destacaram entre os mais caros.

A leitoa superou a carne bovina e teve 20,27% de majoração. Nada parece ter escapado da inflação, os peixes como filé de merluza, o bacalhau do porto e o bacalhau ling também estão mais caros. No entanto, apesar da alta, o bacalhau pode ser uma boa opção já que o aumento do preço ficou próximo a inflação acumulada dos últimos 12 meses, de 6,48%.

Ceia fica mais cara na Capital. Frutas são destaque na elevação dos preços. (Foto: Alcides Neto)
Ceia fica mais cara na Capital. Frutas são destaque na elevação dos preços. (Foto: Alcides Neto)

O brinde também teve reajuste. As bebidas alcoólicas sofreram aumento expressivo de 14,46%. Além da champagne (46,41%), do vinho (31,20%) e do whisky (17,87%), a pesquisa aponta que até a cerveja teve reajuste de 8,90% em relação a 2013. E mesmo para quem não bebe, o Natal está mais caro: os refrigerantes registraram 5,75% de acréscimo de um ano para o outro.

Um dos alimentos mais tradicionais da ceia, o panetone também subiu, em média, 2,30%. Apesar do aumento, o índice foi menor que em 2013, quando chegou a 4,51%.

“O que tem influenciado esse menor aumento no valor dos panetones é o preço do trigo, que apesar de uma pequena alta nos últimos dias, tem sido absorvida pelo mercado, não chegando ao consumidor. Apesar da safra brasileira de trigo ter tido uma quebra de 15%, a Argentina e a Rússia estão com superproduções do cereal, e podem atender muito bem a demanda brasileira de trigo”, explicou Celso.

A inflação dos itens de mercearia, importantes para no preparo da ceia, ficou em 3,58%. As maiores altas foram identificadas com os seguintes produtos: ameixa em lata (48,54%), arroz (11,59%), macarrão (8,13%), azeite (6,75%) e óleo de soja (5,68%). Também foram registradas quedas de valor com o feijão ( -20,48%), açúcar (-6,97%), biscoito champagne (-3,85%), azeitona (-3,62%) e atum (-1,77%).

Os frios e laticínios foram o único grupo com queda de preços, média de -2,95%, segundo o coordenador do Nepes.

“Essa baixa, principalmente em produtos derivados do leite, se deve à maior disponibilidade desse produto, com a safra, dificultando o aumento de preços dos lácteos por parte dos laticínios, que por sua vez tem pagado menos aos produtores nos últimos meses. Os preços do leite longa vida, dos queijos e outros produtos em queda diminuíram as margens da indústria. No mercado internacional, a pressão de baixa continua, com a safra na Oceania”, avaliou o pesquisador.

Inflação- O aumento de 10,58% nos produtos para o Natal, conforme a pesquisa, é 4,10% maior que a inflação dos últimos 12 meses deste ano, de 6,48%.

Para driblar o impacto no bolso na hora de comprar a ceia de Natal, o ideal é pesquisar, como recomendou o economista e professor da Anhanguera-Uniderp José Francisco dos Reis Neto. “Os reajustes variam conforme a marca e local de compra. Com a proximidade do Natal os supermercados realizam promoções para liquidar o estoque, é sempre bom ficar de olho nas vantagens”, finaliza.

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