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Economia

Governo e empresas incentivam produção de rapadura em quilombo

Foram doados refrigeradores e freezers, além de um novo engenho, que irá moer a cana usada para fazer rapaduras

Bruna Kaspary | 09/11/2017 14:53
Governador participou da moagem da cana para produção de rapadura (Foto: Edemir Rodrigues)
Governador participou da moagem da cana para produção de rapadura (Foto: Edemir Rodrigues)

Uma parceria entra a Energisa, Governo Estadual e a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) revitalizou e aumentou a estrutura usada para produção de rapaduras e farinha de mandioca da comunidade quilombola Furnas do Dionísio, no município de Jaraguari. Foi montado um plano de infraestrutura para adaptação à demanda da comunidade. O lançamento foi feito nesta manhã, com a presença do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) na comunidade. 

"Vendíamos no mercadão, mas não dá nem para sair daqui mais, porque já compram tudo", explica uma das responsáveis pela produção de rapaduras, Maria Batista da Silva, de 59 anos. A comunidade recebeu um novo engenho, usado para moer a cana, que tem uma capacidade maior do que o usado atualmente.

De acordo com o consultor do projeto Gerar Renda, Silvio Balduíno, a intenção é também que a produção aumente significativamente. "A partir do ano que vem, queremos produzir 800 toneladas de cana, para que sejam produzidos 400 mil litros de caldo, que serão usados nos doces".

Silvio contou com o apoio de alunos dos cursos de Administração e Publicidade e Propaganda da UCDB para organizar o projeto. "Esperamos que já no ano que vem as famílias não precisem buscar renda fora da comunidade", conclui.

Conforme o governador Renaldo Azambuja, ao todo foram investidos mais de R$ 2 milhões. "Eles tiveram uma qualificação da Agraer [Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural] e também essa estrutura nova, da parceria da Energisa e da UCDB".

Caldo da cana sendo fervido para produção do melado (Foto: Bruna Kaspary)
Caldo da cana sendo fervido para produção do melado (Foto: Bruna Kaspary)

Também será feito um novo galpão para a farinheira, já que a farinha, junto com a rapadura, é a principal fonte de renda da comunidade. "Para que eles continuem aqui, mas garantam a qualidade de vida da família", explica o governador.

A Energisa se comprometeu com a execução do projeto, investindo mais de R$ 1,2 milhões. "Foi modernizada toda a infraestrutura da cooperativa", explica o presidente da empresa, Marcelo Vinhaes Monteiro. Pela empresa, também foram doados refrigeradores, ar-condicionados e freezers novos, para poupar energia.

Dona Luderte trabalha com produção de farinha e rapadura desde pequena (Foto: Bruna Kaspary)
Dona Luderte trabalha com produção de farinha e rapadura desde pequena (Foto: Bruna Kaspary)

Produção - A expectativa do Presidente da Associação de Pequenos Produtores da Comunidade de Furnas do Dionísio, Adriano dos Santos da Silva, já tem acredita que a nova estrutura irá impactar nas produções desse ano. "Mesmo com o ano acabando, queremos produzir 30 toneladas de doces", e ainda completa: "Esperamos lançar a rapadura aos quatro cantos do mundo".

Lurdete dos Santos da Silva, de 57 anos, é mãe de Adriano e desde pequena está envolvida na produção de farinha e rapadura, e lembra das diferenças de quando começou na produção e de como é agora. "A gente fazia farinha feita no ralo, o engenho era a cavalo, não era assim de motor. Antes, se a gente fazia dez rapaduras era muito, hoje se quisermos fazer cem, vai fácil", brinca.

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