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Economia

Minha Casa Melhor "patina" no baixo valor dos móveis e ao impor restrições

Bruno Chaves | 09/09/2013 08:01
Móveis e eletrodomésticos têm valores limites estabelecidos pela Caixa (Foto: Cleber Gellio)
Móveis e eletrodomésticos têm valores limites estabelecidos pela Caixa (Foto: Cleber Gellio)

Prometendo mobiliar casas e apartamentos financiados pelo programa Minha Casa Minha Vida com R$ 5 mil, o programa Minha Casa Melhor não tem agradado os beneficiários como esperava o Governo Federal. Alguns se queixam das restrições para efetivar o cadastro e outros reclamam da qualidade dos móveis "ofertados".

Há dois meses, José de Mattos Neto, 27 anos, tenta aderir ao programa. Ele, que trabalha com marketing, financiou a casa própria em 16 de junho de 2010. Três anos depois, com as parcelas do financiamento em dia, José achou que tinha chegado a hora de conquistar os móveis prometidos.

“Não dá certo. Já liguei no 0800 três vezes, em dias diferentes, e a atendente diz que meu cadastro está desatualizado no site. Ela fala que eu posso ir à agência da Caixa Econômica, mas diz que vai demorar do mesmo jeito. No final, ela manda eu ligar na outra semana”, reclama.

José ainda lembra que, quando conversa com a atendente pelo telefone disponibilizado para a contratação do programa, informa que está com restrição no CPF (Cadastro de Pessoa Física). “Mas ela fala que não tem problema e que a única exigência é estar em dia com a parcela do financiamento. Em dia eu estou, mas não consigo entrar no programa”, conta.

Já a autônoma Maria Ercília Miranda Regina, 56 anos, conseguiu conquistar o benefício do Minha Casa Melhor. Ela financiou a casa em 2010 e pegou o cartão do programa que possibilita a compra de móveis e eletrodomésticos em agosto desse ano.

“Mas tenho dificuldade em comprar os móveis porque as lojas não oferecem o produto nas listagens do governo”, conta. As listagens que Ercília se refere são os valores máximos estabelecidos pela Caixa para a compra dos produtos.

Um guarda-roupa, por exemplo, pode custar até R$ 380 para ser adquirido por meio do programa. Uma cama de casal não pode passar de R$ 370; a cama de solteiro deve ser comprada por até R$ 320; a mesa com cadeira por R$ 300; o sofá, R$ 375; o fogão, R$ 599; a lavadora automática de roupas, R$ 850; o notebook ou computador, R$ 1.150,00; o refrigerador, R$ 1.090; e a TV digital, R$ 1.400.

“Tive que chorar na loja para conseguir um desconto na geladeira, que saiu por R$ 1 mil. Já a mesinha que comprei é quase para criança de tão pequena e custou R$ 300”, conta a autônoma. Ela disse que conseguiu o limite de R$ 5 mil e que tem quatro meses para comprar os eletrodomésticos. “Ainda quero comprar a cama e o guarda-roupas”, afirma.

Dados – O cartão Minha Casa Melhor dá até R$ 5 mil de crédito para os beneficiários do Minha Casa Minha Vida comprarem móveis e eletrodomésticos. O pagamento é feito em até 48 vezes e os juros do financiamento são de 5% ao ano.

Em Mato Grosso do Sul, 3.722 famílias aderiram ao programa. Foram R$ 18,5 milhões liberados em financiamento. Em Campo Grande foram 2.009 beneficiários com liberação de R$ 10 milhões em financiamentos. Os dados são da Caixa Econômica Federal.

Todas as famílias que conquistaram sua casa ou apartamento pelo Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, têm direito ao programa Minha Casa Melhor. Quem quiser obter o cartão, pode entrar em contato pelo telefone 0800.726 8068. O interessado deve estar em dia com as prestações do financiamento.

Em Campo Grande, 39 estabelecimentos comerciais estão cadastrados na Caixa para venderem os produtos.

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