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Economia

MS vende gás natural mais barato do País, mas valor supera 14 países

Marta Ferreira | 13/12/2011 19:27

Mato Grosso do Sul tem hoje, o mais baixo preço para o gás natural no País, de US$ 15,27/MBTU, quase R$ 5 a menos que o valor em vigor no Ceará, o mais alto entre os estados, atualmente em US$ 19,97/MBTU.

Apesar disso, o preço cobrado no Estado está, assim como o do restante do país, acima da média cobrada internacionalmente, mostra o estudo “Quanto Custa o Gás Natural para a Indústria no Brasil?”, divulgado hoje (13) pela Firjan (Feederação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).

Conforme o estudo, a tarifa média de gás natural paga pela indústria no Brasil é 17,3% mais alta do que a média de 23 países. A tarifa média no Brasil, com base nas tarifas de consumo de gás natural industrial de 18 distribuidoras independentes atuantes em 15 estados que têm gás canalizado, foi US$ 16,84 por milhão de unidades térmicas britânicas (MBTU), enquanto a média dos 23 países pesquisados ficou em US$ 14,35/MBTU.

A tarifa da MSGás, companhia distribuidora em Mato Grosso do Sul está abaixo da média nacional, mas acima do valor cobrado em 14 países.

Ao comentar o resultado do levantamento à Agência Brasil, o gerente de Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan, Cristiano Prado, considerou como dado mais preocupante o fato de tarifa brasileira ser superior à dos principais concorrentes do país no mercado global. Em especial, citou três integrantes do Brics (acrônimo que representa os emergentes Rússia, Índia, China e África do Sul, além do Brasil).

A tarifa brasileira é 133% mais alta que a média da Rússia, China e Índia, que é US$ 7,24/MBTU. “Isso acaba afetando a competitividade das indústrias que estão instaladas aqui, já que elas, no mercado internacional, vão concorrer com esses países”, disse.

Em relação aos 15 estados brasileiros pesquisados, a variação do preço pago pelas indústrias pode chegar a 31%, comparado o preço da MSGás e o cobrado no Ceará.

Depois de analisar os dados, a conclusão da Firjan é que nenhum estado tem tarifa de gás natural competitiva para padrões internacionais.

Trocando em miúdos- Quatro elementos compõe o preço do gás natural no Brasil: a parcela variável (o gás em si), cujo preço corresponde a 43,3% do valor final; a parcela fixa ou de transporte (15,8%); a margem de distribuição (18,8%); e os tributos federais e estaduais (22,1%).

De acordo com Cristiano Prado, tomando por base a parcela variável, o custo para as indústrias nacionais é US$ 7,30/MBTU, superando o preço final pago pelo consumidor industrial na Rússia (US$ 2,99/MBTU), no Canadá (US$ 3,31), nos Estados Unidos (US$ 5,09) e na Índia (US$ 5,23).

“O que a gente percebe é que a parcela variável é cara, os impostos são muito pesados, a remuneração das distribuidoras estaduais também pesa”.

O levantamento indica que apenas seis países têm valores maiores do que os praticados no Brasil: Hungria (US$ 25,56), Eslovênia (US$ 24,97), Eslováquia (US$ 24,29), Alemanha (US$ 20,59), República Tcheca (US$ 20,03) e Estônia (US$ 19,24).

Os preços no Brasil são, em média, 25% mais altos que na China, 222% a mais do que na Índia, 464% maior que os preços na Rússia e 231% acima dos Estados Unidos.

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