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Economia

Para preço continuar o mesmo, chipa de R$ 1 perde peso na Capital

Anny Malagolini | 08/08/2016 16:27
Marketing mantém preço a R$ 1 (Foto: Fernando Antunes)
Marketing mantém preço a R$ 1 (Foto: Fernando Antunes)

O tamanho da famosa chipa de R$ 1 vendida na Capital já não é mais o mesmo, opção para não perder a clientela, que tornou-se adepta do marketing do 1 real. Com a alta do leite e derivados, de aproximadamente 17%, e também da fécula da mandioca, ingredientes básicos da receita, comerciantes optaram por diminuir o tamanho do salgado de origem paraguaia.  

As chamadas chiparias estão espalhadas por toda a cidade, e em tempos de alta de preços, muitos estabelecimentos continuam sustentando a oferta. A chiparia na rua Euclides da Cunha, por exemplo, existe há um ano e meio, e de lá pra cá, a principal mudança foi no tamanho da chipa.

A diminuição, segundo o empresário Francisco Pedra Neto, foi o jeito encontrado para manter o preço baixo do produto e continuar atraindo os clientes, pois para ele, o R$ 1 é o grande atrativo. “Se subir para R$ 1,50, as pessoas deixam de comprar. Então mantivemos a mesma receita, a mesma proporção dos ingredientes, mas em um tamanho menor”. E garantiu: “Não pretendemos aumentar o preço, vamos nos apertar e tentar segurar o preço de R$ 1”.

O empresário também disse que para superar a alta dos preços, o jeito é inovar. Além da famosa chipa, ele também vai vender outros salgados e assim aumentar a oferta. “Com a estiagem, vamos enfrentar mais preços altos. A safra do milho foi prejudicada, e consequentemente, o ovo também vai aumentar”, alertou.

Em alguns estabelecimentos, tamanho do salgado diminuiu (Foto: Fernando Antunes)
Em alguns estabelecimentos, tamanho do salgado diminuiu (Foto: Fernando Antunes)

Já na chiparia Parada Obrigatória, no bairro Tiradentes, criada há cinco anos, o empresário Edson Garcia garante que nem a receita ou tamanho foram alterados para combater a alta dos preços e possíveis prejuízos. Com a experiência, ele diz que a empresa já aprendeu a lidar com os períodos de entressafra – entre maio e agosto – e se preparou para o aumento dos ingredientes. “Durante seis meses temos lucro de 40% e nos meses restantes nosso lucro cai para 25%. Dessa forma a gente trabalha mais folgado, e não precisamos interferir no produto”, esclareceu.

Alta de preços – O valor do leite seguiu em alta em todas as cidades, devido à menor oferta, à elevada demanda e aos altos custos de produção. E em Campo Grande, o aumento foi de 17,46%, e a explicação está no campo, devido ao período de estiagem. Mas um dos principais fatores para a alteração da chipa é o preço da fécula da mandioca, ingrediente essencial do salgado.

O clima seco na maioria das regiões, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), limitou o avanço da colheita de mandioca na última semana, diminuindo a oferta de raiz para as indústrias. Por outro lado, segundo pesquisadores do Cepea, farinheiras e algumas fecularias reduziram o ritmo de moagem, devido à baixa liquidez, gerando excedente de matéria-prima para as empresas que se mantiveram ativas. Na Capital, a saca do produto, de 25 quilos, pode ser encontrada por R$ 65.

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