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Economia

Parte dos "desempregados" não está em busca de vaga e o mercado sofre

Viviane Oliveira | 30/03/2014 09:49
Letícia quer trabalhar na área fiscal. (Foto: Cleber Gellio)
Letícia quer trabalhar na área fiscal. (Foto: Cleber Gellio)

A advogada Letícia Sousa Gonçalves parou de trabalhar para se dedicar aos estudos. Há pouco mais de 1 ano, a estudante de 26 anos deixou o emprego em um escritório de advocacia para virar concurseira. O objetivo dela é conseguir vaga na Receita Federal ou na Secretaria de Fazenda.

De acordo com Aldo Eurípedes Donizete, que foi diretor da Funsat (Fundação Social do Trabalho), Letícia faz parte de um grupo de pessoas desempregadas, mas que não estão procurando emprego. É gente que deixou de trabalhar para estudar ou montar o próprio negócio. Quem perde, são as empresas maiores. “É nacional esse problema de escassez de mão de obra”, diz.

O mercado tem dificuldade de encontrar mão de obra para as redes de supermercado, indústrias, emprego doméstico, comércio e até varredor de rua. No geral, a falta de profissionais nessas áreas lidera o número de vagas disponíveis. "Hoje as pessoas estão estudando mais e, cada vez querendo empregos melhores", afirma Aldo.

Eduardo de Lima Arantes, que é um dos responsáveis pela agência de emprego Mary Help, especializada em contratar diaristas e mensalistas, afirma que de dois anos para cá o serviço de empregada doméstica, por exemplo, valorizou muito por causa da falta de mão de obra.

“Antigamente anunciava uma vaga e tinha várias concorrentes. Hoje a maioria das boas funcionárias já está empregada”, diz. Segundo ele, tem ainda aquela parcela da população que não quer trabalhar porque recebe algum tipo de benefício do governo.

Eliane atendendo na loja que montou há 1 anos e 4 meses. (Foto: reprodução/Facebook)
Eliane atendendo na loja que montou há 1 anos e 4 meses. (Foto: reprodução/Facebook)

Para Eduardo, outra parte dos trabalhadores está saindo da formalidade para trabalhar por conta própria. Essas pessoas se legalizam como pequeno empresário, chamado de MEI (Microempreendedor Individual). O MEI também pode ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria.

A lei complementar nº 128 de 2008 criou condições especiais para que o trabalhador conhecido como informal possa se tornar um MEI legalizado. Como é o caso da microempreendedora Eliene de Oliveira Cerqueira, 29, que depois de trabalhar por dez anos no comércio resolveu abrir o próprio negócio.

Eliene conta, que quando recebeu a rescisão do último emprego, em 2012, resolveu investir o dinheiro comprando roupas para revender. Primeiro ela começou a vender de porta em porta, quando viu que estava dando retorno alugou um salão e hoje tem uma loja de roupas na Rua Spipe Calarge.

O negócio deu tão certo, que daqui para frente a lojista pretende aumentar, cada vez mais, o estoque de roupas. “Se Deus quiser vou contratar uma funcionária para me ajudar na loja, assim posso continuar com as vendas externas”, comemora, acrescentando que valeu a pena o investimento.

Outra que pretende mudar de vida é a diarista Marta Alice Oliveira, 38 anos. Ela cuidou dos três filhos trabalhando de empregada doméstica e depois que eles cresceram resolveu estudar. Ela, que tinha parado na 5º série, terminou o ensino médio e o próximo passo é entrar na universidade. “Quero fazer Serviço Social. Eu gosto do que faço, mas quero crescer profissionalmente para ajudar minha família”, destaca.

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