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Economia

Pecuaristas poderão adiar pagamento de financiamento no Banco do Brasil

Nyelder Rodrigues e Ricardo Campos Jr. | 30/03/2017 20:34
Oferta de cabeças, hoje represadas no campo, deve ser grande no retorno dos abates, fazendo com que os lucros também caiam (Foto: Arquivo)
Oferta de cabeças, hoje represadas no campo, deve ser grande no retorno dos abates, fazendo com que os lucros também caiam (Foto: Arquivo)

Em meio aos efeitos negativos sofridos pelo setor pecuário em Mato Grosso do Sul, a partir da divulgação da Operação Carne Fraca, da PF (Polícia Federal), os produtores tentam buscar formas de atuar os prejuízos. Uma delas é o adiamento de parcelas de financiamentos obtidos no Banco do Brasil.

A medida foi anunciada nesta quinta-feira (30) pelo chefe da Semade (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico), Jaime Elias Verruck, na abertura da Expogrande 2017. Ele conta que o acordo foi fechado também hoje.

O objetivo é criar mecanismos para reduzir o prejuízo dos produtores, que ainda não foram estimados. No caso, os pecuaristas que comprovarem não conseguir formar caixa para realizar o pagamento de qualquer financiamento com o banco em abril terão a parcela desse mês transferida para o fim do contrato, se assim solicitarem.

De acordo com Verruck, a ação é paliativa, já que ainda levará um tempo, também indeterminado, para que o setor se recupera plenamente. "Nós vamos ter um desencontro entre demanda e oferta, havendo então um achatamento dos preços", frisa o secretário em entrevista à imprensa.

Jaime Verruck participou da abertura da Expogrande e anunciou medida adotada pelo Banco do Brasil (Foto: Alcides Neto)
Jaime Verruck participou da abertura da Expogrande e anunciou medida adotada pelo Banco do Brasil (Foto: Alcides Neto)

Mesmo com a queda de várias embargos internacionais à carne brasileira, segundo Verruck, ainda podem ser criadas barreiras além das que existiam, restringindo o produto daqui, afetando em cheio a cadeia produtiva.

Outro problema previsto está na volta da paralisação da produção de frigoríficos - que aconteceu mesmo em estados onde não foram constatadas irregularidades na Carna Fraca, como é o caso de Mato Grosso do Sul, onde três frigoríficos da JBS entraram em férias coletivas.

"É certo que vai ter prejuízo, não tem como contornar. Com a queda nos abates, no campo os produtores ficaram com grande quantidade de animais represados e quando for retomada a produção, a oferta será grande também", comenta o chefe da Semade.

Para piorar, a situação ainda coincide com o mês de maio, conhecido por haver maior consumo de carne na chamada "safra do boi". Ou seja, justo no mês onde os lucros são maiores, pode ocorrer um redução da margem de ganho do produtor, que poderá enfrentar dificuldades para fechar o caixa.

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