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Economia

Prejuízos com a safra de soja podem chegar R$ 1,5 bi, aponta Famasul

Fabiano Arruda | 10/03/2011 15:05

Federação elabora levantamento completo sobre perdas em MS

Em São Gabriel do Oeste, safra de soja teve prejuízos em pelo menos R$ 70 milhões. (Foto: site Idest/Divulgação)
Em São Gabriel do Oeste, safra de soja teve prejuízos em pelo menos R$ 70 milhões. (Foto: site Idest/Divulgação)

Com chuvas ininterruptas nos primeiros 10 dias de março, a previsão de safra recorde de grãos pode se transformar numa das piores safras dos últimos anos. O fator climático derrubou as perspectivas dos produtores de Mato Grosso do Sul de recuperar as perdas arroladas nos últimos seis ciclos agrícolas.

A Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) ainda elabora um levantamento, sem data prevista para divulgação, mas as estimativas apontam média de 50% de perdas na safra da soja. Em valores, os prejuízos podem chegar a R$ 1,5 bilhão.

A recomendação da Federação é de que os produtores façam laudos técnicos para mensurar a perdas.

Os danos já registrados comprometem os dados divulgados nesta quinta-feira pela Conab (Companhia Nacional de) sobre a perspectiva de super safra. Para Mato Grosso do Sul, a estimativa era de uma colheita de 5,4 milhões de toneladas.

Os municípios da região Norte do Estado foram os mais prejudicados, com perdas acima de 50% da área plantada. Boletim técnico emitido pela Agrae (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), escritórios de planejamento rural, Prefeitura Municipal e Sindicato Rural de São Gabriel do Oeste indicam perdas de 60% da soja.

“São três milhões de sacas perdidas”, contabiliza o presidente do Sindicato Rural do município, Julio Cesar Bortolini. E como se não bastasse os prejuízos com a soja, os produtores temem pelo plantio do milho safrinha, produzido na mesma área, cujo prazo de zoneamento estendido pelo Mapa (Ministério da Agricultura) vai até o próximo dia 20.

Nos municípios mais ao Sul do Estado, a estimativa é de comprometimento entre 40% e 50% da soja.

“O estrago se dá não somente na quantidade, mas na qualidade da soja que poderá ser colhida. Temos um grão com cerca de 45% de umidade, quando o normal para a colheita fica entre 15% e 18%. A soja fica ardida e inicia o processo de germinação dentro da vagem, resultando em um produto de baixo valor comercial”, enfatiza o assessor técnico para a área da agricultura da Famasul, Lucas Galvan.

Pesquisa da Federação realizada entre os 20 principais municípios produtores de soja realizada no final de fevereiro apontou um índice de produtividade que chegava a 60 sacas por hectare em algumas áreas, bem acima da média nacional, que é de 48 sacas/hectare, segundo a Conab.

O presidente da Famasul, Eduardo Riedel, se reunirá nos próximos dias com representantes de trades e instituições financeiras, buscando uma solução conjunta para amenizar as perdas e soluções para amparar os produtores.

(Com informações da assessoria)

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