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Economia

“Seria bem melhor”, diz comércio sobre movimento que pede fim da nota de R$ 200

Entidades entraram com pedido no STF (Supremo Tribunal Federal) pelo fim da emissão das notas ou prazo para retirada de circulação

Ana Paula Chuva e Jhefferson Gamarra | 14/02/2021 08:00
“Seria bem melhor”, diz comércio sobre movimento que pede fim da nota de R$ 200
Nas ruas, fim da nota é aprovado. (Foto: Paulo Francis)

A maioria ainda nem pegou uma delas na mão e já tem movimento nacional para tirar de circulação a nota de R$ 200. Entidades ligadas ao combate à corrupção e associações do TCU (Tribunal de Contas da União) pediram ao STF (Supremo Tribunal Federal) a interrupção da emissão de novos lotes de notas de R$ 200 ou um prazo para que a cédula seja retirada de circulação, sob a justificativa de que o Brasil não tem estrutura financeira para manter a nota.

Benefício que gira boa quantidade de dinheiro hoje no Brasil, eles alegam que a nota é pouco utilizada até para os pagamentos do auxílio emergencial. Outra crítica é suposto superfaturamento para a impressão, já que apenas 12% do que foi anunciado ter sido emitido pelo Banco Central.

Para representante do comércio em Campo Grande, a nota só causou dificuldades, principalmente, diante do problema crônico de falta de troco, que já era escasso antes mesmo da cédula, por isso, retirá-la de circulação seria bom para o setor.

A sua circulação não facilita para o comércio, que nos últimos anos têm privilegiado o pagamento eletrônico. Com certeza tirar de circulação seria bem melhor”, disse Adelaido Vila, presidente da CDL (Câmara dos Dirigentes Logistas) da Capital.

Nas ruas, a retirada divide um pouco as opiniões de quem trabalha no comércio. Há quem acredite que a nota seja sinal de melhora nas vendas, mas há quem lembre que ela não é necessária já que muitos clientes preferem fazer os pagamentos em cartão.

"Aqui apareceu poucas notas, cinco ou seis no máximo. Aqui a gente usa bastante cartão então a nota de 200 não tem necessidade e é muito ruim para dar troco", disse o vendedor Thiago Barbosa.

“Seria bem melhor”, diz comércio sobre movimento que pede fim da nota de R$ 200
Consumidora se sente envergonhada quando precisa usar a nota. (Foto: Paulo Francis)

Para a comerciante, Kimi Ye, a nota não faz diferença, já que na loja os produtos tem preços variados, opinião compartilhada Geiziane Azuaga, que trabalha em uma ótica no Centro.

"A rotatividade é baixa e nosso produto é de valor agregado. Dificilmente passamos troco e usamos muito cartão, até a nota de 100 está ótimo", destacou Geiziane.

Do outro lado, a consumidora, Miucha Matara, acha que a nota não agrega em nada e ainda afirmou se sentir constrangida por ter que usar a cédula e retirar de circulação é bom.

“Eu sempre que entrego uma nota os comerciantes fazem um monte de teste nela para ver se não é falsa. Me sinto envergonhada de pagar com ela. Sou a favor de tirar de circulação”, desabafou Miucha.

No entanto, para o também vendedor Eustáquio Canaza, ver a nota significa melhora nas vendas. “Acho ótima a nota de 200, tenho pegado bastante, se eu pego é sinal de que as vendas estão boas. Não tenho problemas nenhum com ela.", disse Eustáquio Canaza ao Campo Grande News.

“Seria bem melhor”, diz comércio sobre movimento que pede fim da nota de R$ 200
Nota de R$ 200. (Foto: Reprodução | Banco Central)

Pedido - O documento com o pedido foi endereçado à ministra Carmen Lúcia. No texto as entidades lembrar o acordo feito em 2019 pela diretoria do Banco Central para encerramento da emissão das notas de R$ 100 e por isso a cédula de R$ 200 vai de encontro com a decisão anterior.

Além disso, o fim do auxílio emergencial e a chega das vacinas estimulam as atividades comercias e econômicas diminuindo a necessidade de utilização da nota. E continuar com a impressão pode estimular atos de corrupção, além de criação de quadrilhas especializadas em roubos a caixas eletrônicos e transportadoras de valores.

O pedido é assinado por oito entidades, sendo elas Instituto Não Aceito Corrupção, Transparência Partidária, Confederação Nacional das Carreiras e Atividades Típicas de Estado, Transparência Brasil, Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil, Ministério Público Democrático, Associação da Auditoria de Controle Externo do Tribunal de Contas da União e Associação Nacional do Ministério Público de Contas.

A decisão de seguir com o pedido na corte agora é da ministra.

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